Rose Modesto abre rodada de entrevistas com pretensão de reformular investimentos em MS

Rose Modesto (UNIÃO) abriu nesta segunda-feira, 22 de agosto, a rodada de entrevistas com os candidatos ao Governo do Estado de Mato Grosso do Sul realizada pelo Balanço da Manhã, da TV MS Record. Em conversa com Veruska Donato, a ex-deputada federal comentou tópicos sobre a saúde e educação sul-mato-grossense e explicou pontos de reformulação. “O conceito de governo que eu quero trazer é fazer funcionar o que já existe”, afirmou.

A candidata explicou que a prioridade é investir em programas e projetos já existentes. “É importante entender que o Governo do Estado teve um superávit, isto é, dinheiro em caixa, de R$ 2 bilhões no ano passado […] Esse ano, nós estamos em agosto e com R$ 1,4 bilhões. Tem dinheiro, o que a gente precisa é não acabar com nada, mas ampliar os investimentos em projetos”, explica.

Rose esclarece que diversas áreas, como saúde e educação, precisam de parcerias entre instituições públicas e privadas para o benefício da população. Na área da educação, por exemplo, na qual atuou por 12 anos como professora, esclarece que o governante precisa combater a evasão escolar. “Quero implantar o estágio remunerado para alunos do ensino médio. São mil vagas no ano que queremos abrir para diminuirmos a defasagem no ensino médio. Para isso, precisamos de parcerias com empresas privadas e com os próprios órgãos públicos municipais e estaduais”, afirma.

Prevê, ainda, investimento nas problemáticas já existentes na área. “Precisamos valorizar os professores. Mato Grosso do Sul tem uma alta diferença salarial entre contratados e concursados […] Hoje a maioria, são quase 12 mil professores contratados ganhando ainda quase 30% do salário. Então promover equidade”, declara. A candidata explica que a diferença atinge também o administrativo . “As vezes temos escolas com mil alunos e somente duas merendeiras. É um déficit muito grande do professor e administrativo”, enfatiza. 

Outra área que necessita de investimento, explica Rose, é a saúde. Perguntada quanto à situação da Santa Casa de Campo Grande, que em 2 de agosto tornou pública a crise econômica, a candidata lembrou a dupla responsabilidade pelo hospital. “Não dá para sair por aí construindo novos hospitais se a gente hoje não consegue colocar todos os hospitais equipados, com médicos e medicamentos. A Santa Casa precisa mesmo de um olhar diferenciado. É bom lembrar que a saúde não é de responsabilidade só do Governo do Estado, inclusive, aqui a gestão é do município, mas o Governo precisa ajudar”, declara.

A candidata afirma, ainda, que iniciou a discussão com representantes da unidade hospitalar, que atende tanto casos de Campo Grande como pacientes enviados de outros municípios, para aumentar os repasses à Santa Casa, “para atender mais pessoas”. Atualmente, o acordado entre o Hospital e a Prefeitura é de R$ 23,8 milhões por mês, porém, no último dia 9, o executivo municipal informou repasse de R$ 19 milhões de emergência para tentativa de amenizar a crise.

A política complementa a necessidade de investimentos públicos na prevenção. “Por mais que não seja também de responsabilidade do governo do Estado de fazer a atenção básica, o governo pode qualificar, pode ser parceiro, pode ajudar nos incentivos financeiros para os profissionais de saúde, tudo isso sem terceirizar a saúde pública. […] A gente regionalizar a saúde é fazer com que todos os hospitais que existem hoje tenham essas condições”, ressalta.

Pesquisas - Rose Modesto aparece como a quarta candidata com mais intenções de votos, com 14,1%, na pesquisa realizada pelo Instituto Novo Ibrape entre julho e agosto, ficando atrás de Eduardo Riedel (14,7%), Marquinhos Trad (17,8%) e André Puccinelli (23,8%). A candidata, contudo, não se intimida com os números e explica que as pesquisas apresentam diversas variações. “Mato Grosso do Sul tem pesquisa de tudo quanto é gosto. Tem pesquisa que eu já apareci em segundo, tem pesquisa que eu já apareci em terceiro. Eu sempre digo que a melhor pesquisa é a da urna”, declara.

A política relatou que se sente preparada, especialmente pelo extenso currículo na política e pedidos da população. “Onde eu passei nos últimos anos senti a motivação partindo da população. Muita gente me falando ‘Rose, tenha coragem. Depois de 20 anos teremos a oportunidade de ter uma mulher candidata’. Tenho sido muito bem recebida por onde passo”, conta. Rose foi vereadora pela capital sul-mato-grossense por dois mandatos e atuou como vice-governadora na primeira gestão do atual governador Reinaldo Azambuja (PSDB).

Rose Modesto é professora formada em História e deputada federal pelo MS em primeiro mandato. Natural de Fátima do Sul (MS). Em 2015, foi nomeada secretária de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho, porém deixou o cargo em 2016, para concorrer à prefeitura de Campo Grande, ocasião em que não foi eleita. Em fevereiro, saiu do PSDB e ingressou no União Brasil para concorrer ao Governo do Estado.

Um Governo para todos -  A ex-deputada federal explica que quer fazer um governo para todos. “Desde o mais rico, passando por quem tem o médio e, especialmente, para a população menos favorecida socioeconomicamente”, afirma.

A pretensão é investir cerca de R$ 1 bilhão apenas no primeiro ano de governança. “Assistência social é uma área que nós vamos investir R$ 1 bilhão no primeiro ano com o projeto Tem Renda, para gente poder fomentar o Vale Universidade, aumentar o Vale Universidade Indígena, criar o estágio remunerado, o Banco da Mulher sul-mato-grossense para fortalecer o empreendedorismo da mulher, dar a possibilidade dessa mulher ter renda, o Banco do Povo, para atender principalmente as pequenas e micro empresas, diminuindo os impostos. Acho que isso é uma coisa importante”, comenta.

A candidata a governadora declara, ainda, que pretende zerar os impostos para empresas, especialmente pequenas e médias, que representam cerca de 25 mil das empresas em Mato Grosso do Sul. “Vamos abrir mão de R$ 27 milhões anuais de impostos”, conta. A expectativa é gerar, ainda, mais empregos para recuperar esses números.

Rose Modesto é candidata pelo União Brasil e possui a coligação “Tocando em frente para cuidar da nossa gente”, com os partidos Podemos (PODE) e Partido Republicano da Ordem Social (PROS). O número de Rose a ser votado nas urnas é 44.

Confira a programação futura da rodada de entrevistas do Balanço da Manhã:

Magno Souza, do PCO - 23 de agosto, às 6h30

Giselle Marques, do PT - 24 de agosto, às 6h30

Capitão Contar, do PRTB - 25 de agosto, às 6h30

Adonis Marcos, do PSOL - 26 de agosto, às 6h30

André Puccinelli, do MDB - 29 de agosto, às 6h30

Marquinhos Trad, do PSD - 30 de agosto, às 6h30

Eduardo Riedel - 31 de agosto, às 6h30