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Gatos são incinerados vivos em churrasqueira de igreja no Monte Castelo

Moradoras acreditam em incêndio criminoso; dois filhotes morreram e um está desaparecido

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victoria oliveira
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Um dos filhotes foi encontrado incinerado - (Foto: Arquivo Pessoal)

Quatro filhotes de gatos foram incinerados vivos em churrasqueira de igreja no Bairro Monte Castelo, em Campo Grande. Os animais eram de rua e foram encontrados por moradoras locais que os alimentavam diariamente. Um filhote morreu, outros dois escaparam com ferimentos do fogo e um encontra-se desaparecido.

A ocorrência registrada na Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista (Decat) informa que mãe e filha foram ao local no último dia 1º, domingo, para alimentar os animais, como faziam de costume. Ao chegarem na igreja, foram até a área de lazer, pois é onde os felinos ficavam e viram um dos filhotes queimado dentro da churrasqueira.

Milena Ferreira da Silva, de 23 anos, uma das moradoras responsáveis por alimentar os gatos, contou ao Diário Digital que encontrou a saída da churrasqueira bloqueada. "A churrasqueira estava tampada com duas outras de latão, eu arrastei essas e olhei lá dentro. Aí vi o gatinho morto incinerado", relembra.

As moradoras voltaram para casa e registraram boletim de ocorrência on-line. Elas relatam, ainda, que um dia antes do ocorrido, sábado dia 30, conversaram com vizinho que mora em frente da igreja. Ele contou que notou duas pessoas limpando a churrasqueira e ateando fogo, sendo que cada uma ficou com uma função.

Conforme Milena, uma das moradoras locais, os homens limpavam o terreno da igreja para uma festa que seria realizada no local. "O vizinho até comentou com a minha mãe sobre eles terem colocado fogo, porque a churrasqueira nunca é usada. Pelo menos, desde o início desse ano eles não usaram nenhuma vez", explica.

A jovem conta que era de conhecimento de todos os frequentadores do local que ela e mãe alimentavam os filhotes. Em muitas vezes, os responsáveis pela igreja abriam as portas para que elas pudessem cuidar dos animais.

Mãe e filha alimentavam os gatos regularmente - (Foto: Arquivo Pessoal)

De acordo com informações policiais, as mulheres contaram que há um homem responsável pela limpeza do local e que ele estava lá no sábado, dia do ocorrido. Milena diz que ele foi até a residência delas dias depois e afirmou que o caso ocorreu "sem querer". Porém, para a jovem, a situação foi outra.

"Ele disse que não sabia que os gatinhos estavam lá e que bateu muito na churrasqueira para eles saírem. O que pra mim não faz sentido", declara. A jovem conta, também, que os homens explicaram que atearam fogo na grama cortada, e não nos gatos. "também falaram que colocaram fogo para acabar com a grama que cortaram, mas, no dia seguinte ao ocorrido, quando eu fui colocar comida pra eles e vi tudo, a grama cortada ainda estava toda no chão", conta.

Filhotes feridos - Ao todos, quatro filhotes foram vítimas do incêndio. Milena conta que fora o filhote incinerado, apenas dois foram encontrados em um terreno baldio próximo à igreja três dias depois. "Não vimos os outros até quarta-feira (4). Eu e o vizinho achamos dois deles no mato ali perto da igreja, muito machucados, muito queimados", relata.

Imagens enviadas fortes ao DD mostram uma das gatas que escapou completamente ferida. É possível notar as patas do animal com queimaduras e a felina debilitada.

Vitória estava com queimaduras por todo corpo - (Foto: Arquivo Pessoal)

A gata, de nome Vitória, foi internada no dia 4 com estado de emergência. Ela estava com choque hipovolêmico e queimaduras de 3º grau generalizadas pelo corpo: tronco, abdômen, membros e coxins, além de desidratação severa. Ela não resistiu aos ferimentos e faleceu no mesmo dia.

O laudo médico informa que as gatas resgatadas apresentavam boa saúde antes de serem incinerados. Uma das felinas, nomeada como Esperança, foi internada com feridas de queimaduras de 1º e 2º grau pelo abdômen, membros e coxins, além de desidratação moderada. Ela responde bem ao tratamento.

O terceiro filhote encontra-se desaparecido e as moradoras não o avistaram desde antes do incêndio.

O caso será investigado pela Polícia Civil e foi registrado na Decat como praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos, com pena de detenção, de três meses a um ano, e multa.

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