Sophia foi morta entre 9h e 10h, mas o corpo só foi levado para UPA às 17h
Polícia quebrou sigilo telefônico do casal e descobriu que eles combinaram de falar que a menina caiu do parquinho
Onze dias após a morte da pequena Sophia de Jesus Ocampo, de 2 anos, assassinada pela mãe, Stephanie de Jesus da Silva, 24 anos, e pelo padrasto Christian Campoçano Leitheim, de 25 anos, a Polícia Civil concluiu que a menina morreu por volta das 09h e 10h da manhã e foi levada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) por volta das 17h do mesmo dia.
Segundo a delegada da DEPCA (Delegacia Especializada da Criança ao Adolescente), Anne Karine Sanches Trevizan, o sigilo telefônico do casal foi quebrado e nele revela quais seriam os próximos passos dos assassinos. Os acusados combinaram o que falariam para a polícia a respeito da morte da menor.
De acordo com as investigações, os suspeitos já sabiam que a criança estava morta, mas levaram para UPA. Christian sugeriu dizer que criança caiu no parquinho. Além disso o motorista de aplicativo que levou Stephanie de Jesus da Silva até a unidade de saúde foi ouvido e relatou a polícia que não ouviu a menina chorar.
Mãe e padrasto responderão por três crimes: maus-tratos, homicídio qualificado e estupro de vulnerável. O delegado Roberto Gurgel confirma que não houve negligência por parte da Polícia Civil e que todos os protocolos foram seguidos.
LAUDO:
Conforme o laudo, a menina morreu em decorrência de um traumatismo raquimedular, isto é, lesão na coluna vertebral. Na tarde da quinta-feira, 26 de janeiro, a mãe da pequena a levou já morta à UPA Coronel Antonino na Capital. A criança tinha várias lesões pelo corpo e as partes íntimas pareciam excessivamente dilatadas. A suspeita de estupro foi confirmada.
Ao ser informada sobre o óbito, a mãe não teria esboçado surpresa ou remorso, segundo descreve o registro policial. A Polícia Civil afirma que as investigações apontam que o padrasto teria orientado a genitora a dizer que a criança “caiu do playground [parquinho]”.
Investigadores do Grupo de Operações e Investigações (GOI) foram acionados até a UPA. A princípio, a mãe negou que agredia a menina. Relatou que trabalhava durante o dia e que a filha ficava sob cuidados do padrasto. Então, apontou que o homem batia na menina com tapas e socos para “corrigi-la” e afirmou, inclusive, que participava das agressões.
O casal foi preso em flagrante e autuado por homicídio qualificado e estupro de vulnerável. Chama atenção o fato de que a criança tinha passado por vários atendimentos na UPA, mais de 30 vezes, segundo os registros. Inclusive, numa delas, estava com a tíbia quebrada.
MORTE:
Conforme informações apuradas pelo Diário Digital, a mãe levou a criança já morta até a UPA. Segundo o boletim de ocorrência, a criança estava com lesões pelo corpo, concentradas nas costas, no braço, joelho, olho e também um inchaço ao ombro esquerdo. Também estava com a barriga inchada.
A suspeita, conforme explica o delegado Pedro Henrique Pillar Cunha, é de que a menina estava morta há pelo menos 4 horas antes de ser encaminhada para atendimento médico. No registro policial consta que o corpo da criança estava no estágio inicial de rigidez cadavérica. A genitora da criança demonstrou-se tranquila com a notícia de óbito.
Investigadores do Grupo de Operações e Investigações (GOI) foram acionados até a UPA. A princípio, a mãe negou que agredia a menina. Relatou que trabalhava durante o dia e que a filha ficava sob cuidados do padrasto. Então, apontou que o homem batia na menina com tapas e socos, para “corrigi-la” e afirmou, inclusive, que participava das agressões.
Os policiais realizaram buscas pelo homem e o encontraram na residência dele, localizada na rua Sabino Jose Da Costa, bairro Vila Nasser. No local, o padrasto afirmou que aguardava a Polícia após saber do óbito da criança. Confirmou ter agredido a menina, porém há cerca de três dias. A dupla afirmou que a menina deu entrada na UPA ainda com viva, informação negada pela equipe médica.
Veja Também
Polícia pede ajuda da população para localizar autores de latrocínio
Funcionário de confiança que furtava eletrônicos é descoberto e preso
Durante o feriado de Natal, 49 pessoas ficaram feridas e 4 morreram nas rodovias do MS
Policia Civil alerta população sobre perigos dos crimes virtuais no Estado