Polícia

Quase três meses depois da morte de Sophia, acusados passam por audiência na Capital

Menina foi morta brutalmente em 26 de janeiro de 2023; audiência da 1ª Vara do Tribunal do Juri está marcada para tarde

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Thays Schneider
Stephanie de Jesus e Christian Campoçano estão presos - (Fotos: Reprodução/Redes Sociais)

Stephanie de Jesus da Silva, 24 anos, e o padrasto Christian Campoçano Leitheim, 25, acusados de matar a menina Sophia de Jesus Ocampo passam por audiência de instrução nesta segunda-feira (17), na 1ª Vara do Tribunal do Juri em Campo Grande. A audiência está marcada para tarde.

Segundo apurado, cinco testemunhas de acusação prestarão depoimento. A ré é assistida pela Defensoria Pública e o réu, por um advogado.

Presos 
A mãe e o padrasto foram presos no dia 28 de janeiro. Na época o juiz Carlos Alberto Garcete, da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, converteu a prisão temporária do casal em preventiva, durante audiência de custódia no Fórum da Capital.

O crime
Uma mãe, de 24 anos, e o companheiro dela, de 25 anos, são suspeitos de agredirem criança, de 2 anos e 7 meses, até a morte em Campo Grande (MS). A menina foi encaminhada à Unidade de Pronto Atendimento do Coronel Antonino já sem vida nesta quinta-feira, 26 de janeiro. A dupla foi presa em flagrante e encaminhada para a Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) Centro.

Conforme informações apuradas pelo Diário Digital, a mãe levou a criança já morta até a UPA. Segundo o boletim de ocorrência, a criança estava com lesões pelo corpo, concentradas nas costas, no braço, joelho, olho e também um inchaço ao ombro esquerdo. Também estava com a barriga inchada.

A suspeita, conforme explica o delegado Pedro Henrique Pillar Cunha, é de que a menina estava morta há pelo menos 4 horas antes de ser encaminhada para atendimento médico. No registro policial consta que o corpo da criança estava no estágio inicial de rigidez cadavérica. A genitora da criança demonstrou-se tranquila com a notícia de óbito.

Investigadores do Grupo de Operações e Investigações (GOI) foram acionados até a UPA. A princípio, a mãe negou que agredia a menina. Relatou que trabalhava durante o dia e que a filha ficava sob cuidados do padrasto. Então, apontou que o homem batia na menina com tapas e socos, para “corrigi-la” e afirmou, inclusive, que participava das agressões.

Os policiais realizaram buscas pelo homem e o encontraram na residência dele, localizada na rua Sabino Jose Da Costa, bairro Vila Nasser. No local, o padrasto afirmou que aguardava a Polícia após saber do óbito da criança. Confirmou ter agredido a menina, porém há cerca de três dias. A dupla afirmou que a menina deu entrada na UPA ainda com viva, informação negada pela equipe médica.

Estupro de vulnerável - O delegado Pedro Henrique Pillar Cunha explica que a Polícia investiga se a menina foi estuprada pelo padrasto. O boletim de ocorrência relata que as partes íntimas da menina apresentavam-se excessivamente dilatadas, o que pode transcrever indícios de abuso sexual. “Essa possibilidade vai ser analisada. Inlcusive, na requisição do exame de corpo de delito foi solicitado para que constasse se houve ou não o abuso. Mas a hipótese também não foi descartada”, ressalta.

Pillar, ainda, conta que o pai da menina desconfiava das agressões. “O genitor da criança foi ouvido como testemunha do procedimento, colaborando com a Justiça. Ele disse que, em algumas outras ocasiões quando ele foi pegar a criança para ficar com ele, a menina apresentava lesões, de forma que ele mesmo havia registrado outros boletins de ocorrência pretéritos. Inclusive, ele mencionou que acionou os órgãos competentes, como Conselho Tutelar, e tomou as medidas que lhe eram cabíveis”, destaca o delegado.

A mãe e o padrasto foram presos em flagrante por homicídio qualificado por motivo fútil e conduzidos para a Depac Centro. Informações apontam, ainda, que a menina tinha cerca de 30 atendimentos médicos anotados na ficha clínica dela.

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