Policiais civis que transportavam cocaína em viatura são afastados
Dois investigadores da 1ª Delegacia de Ponta Porã que são alvos do Gaeco tiveram a prisão preventiva decretada


A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul determinou o afastamento dos policiais civis lotados na 1ª Delegacia de Polícia Civil de Ponta Porã, Anderson César dos Santos Gomes e Hugo César Benites. Os dois tiveram a prisão preventiva decreta após serem alvos da Operação “Snow” deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) juntamente com o apoio do Batalhão de Choque da Polícia Militar no dia 26 de março no Estado.
De acordo com decisão publicada nesta segunda-feira (1°) no Diário Oficial de Mato Grosso do Sul, os investigadores foram afastados e a medida imposta pela Justiça, determina o recolhimento das armas, carteiras funcionais e demais pertences do patrimônio público destinados aos referidos policiais, além da suspensão de suas senhas e logins de acesso aos bancos de dados da instituição policial.
A ação teve como intuito desbaratar organização criminosa voltada ao tráfico de drogas, especialmente cocaína, na cidade de Campo Grande. Ao todo, foram 21 mandados de prisão preventiva e 33 de busca e apreensão envolvendo policiais civis na Capital e em Ponta Porã. A organização criminosa, altamente estruturada, com uma rede sofisticada de distribuição, com vários integrantes, inclusive policiais cooptados, fazia o escoamento da droga, como regra cocaína, por meio de empresas de transporte, as quais eram utilizadas também para a lavagem de capitais, ocultando a real origem e destinação dos valores obtidos com o narcotráfico.
No qual, o grupo criminoso transportava a droga oculta em meio a uma carga lícita, o que acabava por dificultar bastante a fiscalização policial nas rodovias, principalmente quando se tratava de material congelado como – carnes, aves e entre outros, já que o baú do caminhão frigorífico viajava lacrado.
Além de usar uma carga lícita como cobertura para transportar a droga, a organização ainda fazia a transferência da propriedade de caminhões entre empresas usadas pelo grupo e os motoristas, desvinculando-os dos reais proprietários, para assim chamarem menos a atenção em eventual fiscalização policial – em regra, a liberação é mais rápida quando o motorista consta como dono do veículo.
Durante o transcorrer dos trabalhos, foi possível identificar mais 2 toneladas de cocaína da organização criminosa, apreendidas em ações policiais. Uma das maneiras utilizadas pelo grupo para trazer a droga de Ponta Porã até Campo Grande de onde saía para outros Estados da Federação, era o chamado “frete seguro”, por meio do qual policiais civis transportavam a cocaína em viatura oficial caracterizada, já que, como regra, não era parada, muito menos fiscalizada por outras unidades de segurança pública.
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