Polícia prende agiota pelos crimes de extorsão e agressão contra mulher na Capital
Suspeito de 45 anos apontou uma pistola para a cabeça da vítima durante agressões com socos
A equipe da Delegacia Especializada em Repressão a Roubos e Furtos (Derf) deram o cumprimento de um mandado de prisão e três de busca e apreensões nesta quarta-feira (11) contra um homem de 45 anos, suspeito de extorsão decorrente da prática de agiotagem, em Campo Grande.
Segundo a polícia, o investigado teria agredido e apontado uma arma de fogo para cabeça de uma mulher, de 47 anos, durante uma cobrança de juros considerados extorsivos. Sendo assim, a investigação iniciou há cerca de um mês, quando a vítima registrou um boletim de ocorrência sobre o crime.
Na delegacia, a mulher e sua advogada esclareceram que ela contraiu um empréstimo com o suposto agiota há dois anos, sendo que logo depois passou a ser extorquida com juros de 40% ao mês, mediante violência e grave ameaça.
Com isso, a vítima teria decidido pedir providências à polícia após a situação extrema, quando teria sido obrigada a entrar na caminhonete do suspeito, o qual teria apontado uma pistola para a cabeça dela e acionado a tecla do gatilho, contudo, o disparo não teria ocorrido porque a arma estaria descarregada, o que caracteriza grave ameaça.
(Vídeo: Divulgação/PCMS)
Além disso, o suspeito teria agredido fisicamente a vítima com socos, o que foi constatado em exame de corpo delito. Nesse episódio, o suposto agiota estaria exigindo a transferência para ele de dois imóveis da vítima como pagamentos dos juros. Nos dias anteriores ao fato, três carros da vítima também já teriam sido tomados como pagamentos.
Diante disso, a mulher apresentou indícios suficientes de autoria como mensagens de WhatsApp registradas em ata notarial, nas quais o suspeito xinga e ameaça de morte a vítima e seus familiares constantemente, cópias de transferências bancárias, além do exame de corpo delito que materializou as lesões sofridas por ela.
Após o fato ganhar repercussão na imprensa, o suspeito teria dado quitação da dívida em ata notarial, devolvendo três veículos da vítima. No entanto, fez constar no documento que a vítima não poderia dar prosseguimento com o boletim de ocorrência por ela registrado contra ele, o que não tem validade jurídica tendo em vista se tratarem de crimes de ação penal pública incondicionada, ou seja, aqueles em que há dever de apuração por parte da Polícia, Ministério Público e Poder Judiciário.
Após investigações, o Poder Judiciário decretou a prisão preventiva do suspeito a fim de garantir a ordem pública, bem como ordenou buscas em três domicílios ligados a ele. Sendo assim, os policiais saíram às ruas em operação que resultou na prisão do investigado e apreensão de uma pistola calibre .380, um simulacro de arma de fogo, soco-inglês, dinheiro em espécie, celular, documentos e diversas notas promissórias. O suspeito foi levado à sede da Derf, onde foi interrogado e indiciado pelos crimes de extorsão decorrente de agiotagem.
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