Polícia Civil analisa caso da "Gangue das Mulheres" em reunião com comerciantes
Comerciantes foram orientados a registrarem ocorrência; Gangue furtava produtos de diversos nichos
A Polícia Civil se reuniu na manhã desta quarta-feira (6) com comerciantes dos shoppings da Capital e representantes da Câmara dos Dirigentes Logistas (CDL) para apurar mais detalhes e discutir procedimentos sobre a "Gangue das Mulheres", descoberta na última segunda-feira (4) com a prisão em flagrante de duas integrantes suspeitas de furtarem produtos de diferentes estabelecimentos comerciais de Campo Grande.
Conforme informações do delegado da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, Wellington de Oliveira repassadas ao Diário Digital, a suspeita é de que as mulheres não somente furtassem os produtos, mas revendessem por valores mais baixos pela internet. "Nós estamos investigando a fundo esse caso. A possibilidade de elas revenderem os produtos pelas redes sociais, principalmente pelo Instagram, é grande. Não sei se por encomenda ou para gerar renda", explicou.
A reunião dessa manhã foi realizada para apurar os prejuízos causados aos comerciantes, que, de acordo com o delegado, não pode ser estimado com exatidão, uma vez que muitos estabelecimentos não registraram boletins de ocorrência em razão dos furtos. "Muitos dos comerciantes que acabam sendo vítima de gangues, lojas grandes, acabam não fazendo o boletim de ocorrência. Inclusive, um dos encaminhamentos que nós demos é de que registrassem, porque os criminosos acabam saindo ilesos sem a devida denúncia, então falar de valores ainda é muito complicado".
De acordo com o representante da PCMS, em um dos casos, as suspeitas furtaram cerca de dez jogos de talheres avaliados em R$ 200 cada, o que gerou prejuízo de R$ 2 mil para o estabelecimento não divulgado. Ele afirmou, ainda, que os produtos furtados eram de vários nichos: desde eletrônicos, a roupas e produtos para casa.
As mulheres agiam em comércios centrais e dos shoppings de Campo Grande. Conforme o delegado, a Polícia Civil possui estimativa de quantas pessoas estão envolvidas no crime, porém, essa informação não pode ser divulgada em razão dos mandados de prisão que já estão sendo expedidos. "Vamos, ainda, analisar todos os boletins de ocorrência já registrados e imagens de câmeras de segurança cedidas pelas lojas parceiras, para averiguar se há conexão entre os casos, aí a situação já entra em formação de organização criminosa", conta.
Ontem (5), a Justiça determinou a prisão das mulheres pegas em flagrante nos furtos. O trabalho da polícia será para que elas permaneçam presas, informa o delegado. "Da mesma forma que ocorreu ontem com a prisão de duas integrantes, a gente faz de tudo para que mais envolvidas nos crimes permaneçam presas". Ele afirma, ainda, que a ação é conjunta entre a Polícia Militar, Polícia Civil e a Guarda Civil Metropolitana, quem prendeu as primeiras suspeitas.
O delegado, ainda, aconselha a população a desconfiar de produtos mais baratos vendidos pela Internet, porque, caso seja feita a devida identificação e o produto esteja sem nota, o consumidor pode ser enquadrado no crime de receptação culposa. "A dica é que as pessoas têm que ficar com a pulga atrás da orelha, porque sendo identificado o receptador, ele responderá por crime também, assim como previsto no Artigo 180 do Código Penal", informa.
O Artigo em questão estabelece reclusão, de um a quatro anos, e multa para quem "Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte".
Entenda o caso - Duas mulheres que integram ao grupo "Gangue das Mulheres" foram presas em flagrante na tarde de segunda-feira (04) como autoras de furtos em lojas, em Campo Grande (MS). A prisão ocorreu pela Guarda Municipal Metropolitana.
A dupla passou por audiência de custódia nesta terça-feira, 05 de Abril, e tiveram a prisão convertida em preventiva. Elas foram autuadas por furto, atendendo a representação do Delegado de Polícia da Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac-Centro).
Câmeras de segurança flagraram os crimes. Após denúncia, os guardas avistaram quatro mulheres com várias sacolas nas mãos. Duas foram presas e as outras duas conseguiram fugir. Elas carregavam roupas, acessórios femininos, um desacoplador de alarmes e outros objetos furtados. Foram mais de 60 peças de roupas apreendidas.
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