Polícia

PM que matou empresário no Procon vai a júri popular

Antônio Caetano Carvalho, de 67 anos, foi morto durante uma audiência de conciliação em fevereiro deste ano

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Marina Romualdo
José Roberto de Souza que está preso vai a júri popular (Foto: Luiz Alberto)

O policial militar aposentado da Polícia Militar, José Roberto de Souza, vai a júri popular no dia 29 de novembro pela 2ª Vara do Tribunal do Júri, em Campo Grande (MS). Ele é acusado de matar a tiros, o sócio-proprietário da "Aliança Só Hilux", Antônio Caetano Carvalho, de 67 anos, durante uma audiência de conciliação na Superintendência para Orientação e defesa do Consumidor (Procon-MS).

Conforme a documentação, o juiz Aluízio Pereira dos Santos pronunciou o réu a ir para julgamento pelos crimes de homicídio qualificado por motivo fútil, com recurso que dificultou a defesa da vítima contra maior de 60 anos e porte ilegal de arma de fogo.

Procon – No dia 10 de Fevereiro ocorreu a primeira audiência de conciliação na Superintendência para Orientação e defesa do Consumidor. "Caetano chegou cheio de presente para a conselheira e os dois ficaram conversando. Eu queria apenas um motor novo, mas ele não queria e disse para esquecer aquilo e ir até a empresa dele para conversar".

Como nada ficou firmado na sexta-feira (10), foi agendada outra audiência para segunda-feira, 13 de fevereiro, para que o empresário levasse o valor da nota fiscal com o valor de R$ 30 mil. Porém, quando ambos estavam na reunião, a nota fiscal era do valor de R$ 22 mil e Caetano ainda teria dito para o PM aposentado que ele estaria devendo um valor de R$ 630. Segundo José Roberto, neste momento, a vítima fatal teria feito um gesto obsceno para ele. Em seguida, se levantou e o acusado também, quando acabou desferindo três disparos de arma de fogo.

"Ele caiu para um lado e sai por outro. Ele não estava bem, não sabia o que estava fazendo e fui embora. Estava tonto, mas consegui dirigir não sei como", relatou o PM. Indagado pelo juiz pelo motivo de estar portando uma arma de fogo, o mesmo esclareceu que sempre andou armado e não teria premeditado o crime e, que foi apenas um instinto de se proteger.

O promotor de Justiça, Douglas Cavalheiro dos Santos informou ao Diário Digital que a instrução foi muito produtiva. "Nós levantamos elementos concretos que elucidaram efetivamente aquilo que houve no Procon. E, encaminhamos agora para alegações finais a fim desse processo em tempo razoável possa ser levado a júri e que a sociedade dê a resposta que a própria sociedade espera".

O empresário Antônio Caetano Carvalho morreu na hora (Foto: Reprodução/Rede Social)

Relembre o caso – O delegado da Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac-Centro), Antônio Ribas Júnior, disse que o autor alegou  que o crime não foi premeditado. "Após o crime realizamos as diligências para localizar o autor. Porém, como não houve o flagrante, representamos com a prisão preventiva do autor que foi aceito pelo Poder Judiciário.

"Durante o depoimento, o autor disse que efetuou os disparos por conta de uma disputa que ele tinha com a vítima relacionada aos problemas mecânicos de sua caminhonete SW4", relata o delegado. Segundo as informações, o PM aposentado procurou o comércio de Antônio para fazer a substituição do motor do veículo, porém, após os trabalhos realizados no automóvel foi apresentado problemas.

Os relatos são contados desde o mês de setembro, quando José Roberto procurou os serviços da loja da vítima. No entanto, ele relata que por diversas vezes foi destratado e tratado de forma desrespeitosa pelo sócio-proprietário. Por conta disso, resolveram procurar o Procon-MS.

No último dia 10 de fevereiro, havia sido realizado uma audiência no órgão. Contudo, a situação não ficou resolvida e foi remarcada para o dia do crime na segunda-feira, 13 de fevereiro. Nesta data, a vítima entregaria todas as notas fiscais com os valores dos serviços e o autor pagaria apenas os R$ 630 que ainda faltava – que seria relacionado a troca de óleo da caminhonete. O PM já havia quitado R$ 30 mil pelo serviço.

"O autor contou que na nota fiscal, o valor que o empresário teria colocado era outro, sendo que o mesmo já havia pago todos os valores maiores e não estava incluído na nota. Por conta disso houve uma discussão e, a vítima teria levantado e neste momento, José Roberto efetuou os disparos de arma de fogo. Em seguida, fugiu do local", esclareceu o delegado. Conforme o autor, o crime não foi premeditado, pois, anda diariamente com arma de fogo pela cidade.

Diante dos fatos, na manhã do dia 16 de fevereiro, José Roberto se apresentou à polícia e foi cumprido o mandado de prisão. Ele confessou à prática do homicídio e continua preso.

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