Polícia

Padrasto suspeito de estuprar e matar Sophia nega ter cometido crimes

Christian Campocano Leitheim, de 25 anos, está preso; ele negou os fatos apresentados pela investigação policial

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Marina Romualdo
Christian Campocano Leitheim segue preso (Foto: Reprodução/Rede Social)

O padrasto de matar e estuprar a pequena Sophia de Jesus Ocampo, de apenas 2 anos de idade, se pronunciou pela primeira vez após o assassinato da enteada. No dia 26 de Janeiro, Christian Campocano Leitheim, de 25 anos e mãe, Stephanie de Jesus da Silva, de 24 anos, foram presos suspeitos de homicídio triplamente qualificado e estupro de vulnerável.

Por meio de nota, o advogado de defesa, Pablo Arthur Buarque Gusmão informa que a morte da menina ainda está sendo investigada pela polícia, no qual, ainda estão sendo ouvidos os principais envolvidos que é o caso da mãe, Stephanie. O suspeito nega o estupro.

Em relação ao estupro, o comunicado relata que "em que pese seja apontado como sendo autor, é importante ressaltar que, o fato de ser suspeito, não importa na confirmação automática de que seria Christian quem tenha praticado tal conduta. Isto porque, segundo consta, há indicativos de que a menor fora “vítima de violência sexual”, porém, não há indicativo concreto de que tenha sido o padrasto o causador".

"É comum que em situações onde há indícios da prática de violência sexual, sejam adotadas medidas periciais mais avançadas, tais como a realização de exame de DNA, por exemplo. Com isso, surge também a possibilidade de confrontar a compatibilidade, ou não, com os padrões do padrasto, situação esta ainda não realizada", diz a nota.

Além disso, o advogado destaca que foram coletados materiais para realização de exames dos quais deve-se aguardar os resultados a serem obtidos. Portanto, se exista a suspeita de estupro como já dito, a autoria não recai exclusivamente sobre o Christian. No qual, é preciso aguardar os maiores detalhes de apuração criminal.

Já sobre as condutas e as conversas vazadas entre os suspeitos, que se utiliza a expressão “surra”, ao que tudo indica é que se tratam de expressões usuais, comum em conversas informais e pessoais ocorridas em momentos distintos entre o casal. As expressões coloquiais utilizadas por pessoas comuns como – “dei uma surra na fulana”.

Stephanie de Jesus da Silva e Christian Campocano Leitheim foram denunciados pelo MP (Foto: Reprodução/Rede Social)

Ainda de acordo com a nota, é informado que "o caso está sob apuração e entre elas, a questão de que supostamente “realizou ajustes” com Stephanie denota que ambos estavam preocupados em ter que justificar as marcas encontradas no corpo de Sophia, já que ambos podem ser responsabilizados por suas condutas.

"Sobre a suposta agressão e supostas ameaças praticadas por Christian contra Stephanie, não há, todavia, nos autos, elementos contundentes a respeito de tais alegações, o que obviamente também é negado por Christian. Importa dizer que todas as alegações trazidas ao processo, percorrerão caminho de investigação acurado, típico dos mecanismos de segurança e acompanhados de perto pela Defesa Técnica", finaliza a nota.

Sophia, de 2 anos, foi morta após constantes agressões do padrasto (Foto: Arquivo Pessoal)

Relembre o caso – A pequena foi assassinada pela própria mãe, Stephanie de Jesus da Silva, de 24 anos e pelo padrasto, Christian Campocano Leitheim, de 25 anos, no dia 26 de Janeiro.

O laudo de necrópsia confirmou que a Sophia foi morreu em decorrência de um traumatismo raquimedular, isto é, lesão na coluna vertebral. Foi constatado também que a criança também foi estuprada porém, “não recente”. Além disso, a bebê foi morta entre 9h e 10h, mas só foi levada para unidade de saúde às 17h.

Na tarde da quinta-feira (26) a mãe da pequena a levou já morta à UPA Coronel Antonino na Capital. A criança tinha várias lesões pelo corpo e as partes íntimas pareciam excessivamente dilatadas. A suspeita de estupro foi confirmada.

Ao ser informada sobre o óbito, a mãe não teria esboçado surpresa ou remorso, segundo descreve o registro policial. A Polícia Civil afirma que as investigações apontam que o padrasto teria orientado a genitora a dizer que a criança “caiu do playground [parquinho]”.

Investigadores do Grupo de Operações e Investigações (GOI) foram acionados até a UPA. A princípio, a mãe negou que agredia a menina. Relatou que trabalhava durante o dia e que a filha ficava sob cuidados do padrasto. Então, apontou que o homem batia na menina com tapas e socos, para “corrigi-la” e afirmou, inclusive, que participava das agressões.

Durante as investigações, o que chamou atenção da Polícia Civil é que a menina havia sido atendida mais de 30 vezes na unidade de pronto atendimento. Inclusive, em uma delas, a criança estava com a perna quebrada. Com a apuração, foi constatado que a pequena teve a perna quebrada com um chute do padrasto, Christian.

Com todas as constatações, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) denunciou Stephanie e Christian por homicídio triplamente qualificado e estupro de vulnerável. Além do homicídio, Stephanie foi denunciada pela omissão de socorro da menina.

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