Polícia

Padrasto de Sophia é condenado por ameaça contra ex-companheira

"Não há que se falar em dúvida acerca do cometimento dos delitos", destacou o desembargador; vítima e o réu possuem um filho em comum

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Marina Romualdo
Christian Campoçano Leitheim está preso por matar a pequena Sophia Ocampo (Foto: Luiz Alberto)

O padrasto da pequena, Sophia Jesus Ocampos, foi condenado por ameaçar a ex-companheira, que é mãe do filho mais velho dele. Christian Campoçano Leitheim está preso por ser suspeito de ceifar a vida de Sophia no dia 26 de janeiro de 2023, em Campo Grande.

Conforme a documentação, a vítima relatou que era agredida quando manifestava vontade de sair da casa dos pais de Christian, onde morava com ele, para conseguir criar o filho do casal. "Ele falou para mim que se eu entrasse na justiça, se por um erro da justiça, eu ganhasse a guarda da criança, ele tiraria a criança de mim, pois, jamais aceitaria que eu ficasse com a criança. E, se fosse necessário, ele mataria a criança e depois tiraria a própria vida. Nessa ocasião não falou que iria me matar, mas já tinha ameaçado de morte duas outras vezes".

Testemunhas relataram também que já viram a vítima toa machucada no olho, pescoço, perna e braço. Inclusive, confirmaram que as agressões aconteciam quando a vítima queria terminar o relacionamento pelo fato de Christian ser muito agressivo. Vale destacar também que o réu ameaçava a família da vítima se caso contasse sobre as agressões.

De acordo com o desembargador, Jairo Roberto de Quadros, os relatos colhidos em juízo, apresentaram contexto fático convergente, sem incongruências, que desponta consentâneo à realidade, tornando, desse modo, a versão do réu sem qualquer sustentáculo probatório, e dissonante dos demais elementos angariados.

"À evidência, não há que se falar em dúvida acerca do cometimento dos delitos em razão da ausência de prova robusta, notadamente porque, como cediço, os crimes praticados no ambiente familiar e doméstico são praticados, via de regra, na clandestinidade, sem a presença de testemunhas oculares, motivo pelo qual não se pode ignorar, especialmente antes de iniciada a instrução processual, o depoimento prestado pela ofendida", destacou o desembargador. Desta forma, a pena foi fixada em 1 mês e 5 dias de detenção em regime aberto.

Relembre o caso – A pequena, Sophia Jesus Ocampos morreu em decorrência de um traumatismo raquimedular, isto é, lesão na coluna vertebral. O laudo também constatou que ela havia sido estuprada, porém, "não recente". Ela morreu entre 9h e 10h de 26 de janeiro de 2023, mas só foi levada ao hospital às 17h.

Na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), a mãe da criança não teria esboçado surpresa ou remorso quando soube da morte da filha, de acordo com o registro policial. A Polícia Civil afirma que as investigações apontam que o padrasto teria orientado a genitora a dizer que a criança “caiu do playground [parquinho]”.

Durante as investigações, o que chamou atenção da Polícia Civil é que a menina havia sido atendida mais de 30 vezes na unidade de pronto atendimento. Inclusive, em uma delas, a criança estava com a perna quebrada. Com a apuração, foi constatado que a pequena teve a perna quebrada com um chute do padrasto, Christian.

O Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Estado, analisou as mensagens trocadas entre Christian Campoçano Leitheim e Stephanie de Jesus da Silva após a quebra de sigilo telefônico no celular de Christian e, foi constatado que os réus a torturavam.  
 

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