Polícia

Morre criança que teve 80% do corpo queimado pelo ex da mãe

A menina de 11 anos estava internada na Santa Casa e, já havia amputado o braço direito e a perna esquerda

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Marina Romualdo
A casa onde as crianças estavam dormindo sozinhas no dia 8 de dezembro (Foto: Lucas Martins/Região News)

A menina de 11 anos que teve 80% do corpo queimado após o ex-companheiro da mãe incendiar a residência morreu no sábado (10) na Santa Casa. Ela estava internada desde o mês de dezembro na Santa Casa de Campo Grande.

Segundo a delegada responsável pelo caso, Chyntia Gomes, a família da pequena registrou o falecimento da vítima na Delegacia de Polícia da Capital.

Conforme já divulgado pelo Diário Digital, a criança sofreu traumatismo craniano e perdeu parte da massa encefálica. Por conta da gravidade, a menina teve que amputar o braço direito, parte da perna esquerda e os dedos da mão.

O sepultamento foi realizado neste domingo (11) no município de Aquidauana. Já a filha mais nova, de 3 anos, teve alta médica e se recupera em casa sob cuidados de familiares.

Relembre o caso – O ex-companheira da mãe das crianças, Lucas Cáceres Kempener, de 24 anos, não aceitava o fim do relacionamento e invadiu a residência da ex-companheira e, ateou fogo em duas crianças de 3 e 11 anos, que estavam dentro do imóvel no dia 8 de dezembro, no município de Sidrolândia. As crianças estavam dormindo no momento da ação do suspeito.

Em uma coletiva de imprensa, a delegada da Polícia Civil de Sidrolândia, Barbara Fachetti, informou que o suspeito era controlador e já tinha ameaçado relatando que poderia acontecer alguma coisa com a família. "Esse investigado já vinha demonstrando para mãe dessas crianças que algo poderia acontecer, mas como toda violência doméstica, a mulher não acredita. E, infelizmente, ele investiu contra o bem mais precioso dessa mulher, que foram as crianças. Ele violentou, espancou essas crianças, pois, quando ateou fogo e as crianças estavam dormindo. Se não fosse os vizinhos, elas não teriam sobrevivido. Foi um caso brutal, um ponto fora da curva".

"Ele não chegou agredir fisicamente a mulher, mas fez ameaças, atitudes controladoras como – hackear todas as redes sociais da ex-companheira, controlava para onde ela saia, os depoimentos das amigas dela relataram que ele fica em um bar na esquina da residência para saber quem entrava e saia do imóvel e áudios ameaçadores dizendo para ela esperar a pior notícia. Tudo isso pelo fato dele não aceitar o fim do relacionamento", destacou a delegada.

No dia 8 de dezembro, Lucas invadiu a residência da ex-companheira pelo terreno baldio que existe ao lado do imóvel. Quando ele chegou no local, as crianças estavam dormindo e passou agredi-las. Em seguida, ateou fogo nas meninas e fugiu do local. O cachorro que também estava na casa morreu. Segundo Fachetti, a mãe das meninas estava trabalhando em um frigorífico em outra cidade e tinha o costume de deixar as pequenas com a irmã dela. Contudo, neste dia não foi possível e precisou deixá-las sozinhas.

Vale destacar que a mãe das crianças não havia registrado nenhum boletim de ocorrência contra Lucas. No entanto, no dia dos fatos, solicitou a medida protetiva contra o suspeito, mas após o crime, ele nunca mais procurou as vítimas. Após o crime, o autor chegou a ser preso em flagrante, mas durante a audiência de custódia foi liberado.

A equipe policial continuou investigando o caso e descobriu que o suspeito poderia ter abusado sexualmente da menina de 11 anos, antes de atear fogo no local. Indagada, a delegada responsável pelo caso informou que o processo está sob sigilo e já sobre o fato dele ter armazenamento de pornografia infantil também. Pois, a mãe das crianças afirmou que ele possuía vídeos de pornografia infantil e, que isso, foi motivo do término do relacionamento.

Com as investigações, foi pedido a prisão preventiva de Lucas. Na quarta-feira (24), a equipe da Delegacia de Polícia de Sidrolândia solicitou o apoio da Delegacia Rep. Roubo a Banco, Assalto e Sequestros (Garras) para o cumprimento de mandado de prisão. Porém, o suspeito reagiu à abordagem policial e disparou contra os policiais, que revidaram a injusta agressão e atingiram o mesmo com disparos de arma de fogo. O autor foi encaminhado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos e veio a óbito.
 

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