Laudo aponta que Pâmela foi retirada do local durante o incêndio
"Ainda não temos nada que comprove que ela foi vítima de feminicídio", diz delegado responsável pelo caso
O resultado do laudo da perícia aponta apenas que Pâmela Oliveira da Silva, de 27 anos de idade, foi arrastada do local quando começou o incêndio no município de Rochedo (MS). Em entrevista a equipe do Diário Digital, o delegado da Delegacia de Rochedo, Roberto Faria, disse que o resultado dos laudos já foram analisados.
"Pâmela foi retirada do local quando começou as chamas, mas ainda estamos ouvindo as testemunhas. Porém, ainda não temos nada que comprove que ela foi vítima de feminicídio além do que o pai da vítima relata". O pai de Pâmela também será ouvido pela Polícia Civil de Rochedo.
Na terça-feira (30), o Roberto ainda contou que uma enfermeira prestou depoimento e afirmou que a Pâmela disse para ela que teria riscado o fósforo na gasolina. Indagado sobre a gasolina estar dentro da residência, o delegado explicou que havia uma máquina roçadeiras à gasolina. " Sendo assim, como a gasolina exala um vapor enorme e se você riscar um fosforo, nem precisa o jogar no chão, ainda mais em um local fechado que era a situação do momento do fato",
Na data, os filhos do casal de 6 e 10 anos de idade, presenciaram o crime. A criança, de 10 anos, foi ouvida em depoimento especial na Del. Esp. de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA) e confirmou os fatos narrados pelo pai.
Em contato com a defesa de Damião, o advogado Thomaz Johnson Abdonor relatou o cliente não é culpado pela morte da esposa. "No caso foi uma fatalidade em que a vítima tentou um suicídio. Ela ficou internada e, após o óbito, a família por não gostar de Damião está o culpando pelo crime sem provas. E, todos os indícios apontam que ela tirou a própria vida".
Medida Protetiva – A medida protetiva de urgência em favor dos filhos e uma irmã de Pâmela Oliveira da Silva foi concedida na segunda-feira (29) pelo Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul.
De acordo com a decisão, Damião Souza Rocha está proibido de aproximar-se por qualquer meio de comunicação mantendo distância mínima de 300 metros. O pedido foi assinado pela juíza, Jacqueline Machado.
O pedido foi feito após o suspeito vender a casa onde ocorreu o crime um dia após o fato. Ao DD, advogada da família da vítima, Janice Terezinha Andrade da Silva, contou que Damião vendeu o imóvel antes mesmo da realização da Perícia Técnica no local. "Ele vendeu o imóvel um dia depois do fato e guardou o dinheiro. Agora, com toda essa repercussão, ele pode pegar as crianças e fugir da cidade".
Ainda de acordo com a advogada, a Perícia demorou 15 dias para realizar o exame no local do crime que acabou prejudicando a investigação . “A residência já tinha sido mexida pelo atual dono. Infelizmente, vamos ter que analisar tudo com calma”, finaliza Janice.
O caso – Damião Souza Rocha, 35 anos, é o principal suspeito de matar a esposa, Pâmela Oliveira da Silva, de 27 anos no município de Rochedo (MS). Damião agrediu a vítima e ateou fogo em um dos cômodos da residência do casal. Após ficar dias internada, a vítima veio a óbito na segunda-feira (22) na Santa Casa de Campo Grande (MS).
Conforme o boletim de ocorrência que a equipe do Diário Digital teve acesso foi registrado pela família da vítima relatando que no dia do crime o casal estava em casa junto com as duas filhas, de 6 e 10 anos de idade. Os dois teriam discutido e, em seguida, Damião teria colocado fogo na vítima. Ele e as filhas não tiveram ferimentos.
Na data, o suspeito ainda acionou um caminhão pipa para auxiliar para conter as chamas no imóvel. Com 90% do corpo queimado, Pâmela foi socorrida por um homem que estava passando pelo local e transferida em estado grave para Santa Casa da Capital.
Após alguns dias, de acordo com o laudo do hospital, Pâmela ficou consciente e estável. Neste tempo, conseguiu contar para irmã que no dia dos fatos havia discutido com o Damião e o mesmo jogou gasolina em um dos quartos da casa e ateou fogo com ela dentro.
Com as informações, a irmã da vítima indagou a sobrinha que estava no imóvel no dia e, a criança contou a mesma versão e pediu para que a tia não contasse para ninguém, pois, o pai senão o pai seria preso.
Durante a internação da filha, Damião por inúmeras vezes disse que iria entrar de qualquer jeito no hospital para ver a esposa. Com medo do que pudesse acontecer, o pai da vítima procurou a 1ª Del. Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) para pedir medidas protetivas de urgência. Foi quando descobriu que no dia seguinte do crime, o suspeito foi até a Delegacia de Polícia de Rochedo e registrou um boletim de ocorrência como suicídio na forma tentada e incêndio culposo.
Na Santa Casa, Pâmela passou por cirurgias, mas por conta dos ferimentos graves acabou não resistindo e veio a óbito na última segunda-feira (22) na Capital.
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