Polícia

Jovem morto foi uma das vítimas de abusos sexuais de professor que esquartejou Kauan

Rangel Batista da Silva foi executado com, ao menos, 10 disparos de arma de fogo, no bairro Nova Lima

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Marina Romualdo
Os pertences das crianças estavam ainda no local do crime (Foto: Luciano Muta)

O jovem, Rangel Batista da Silva, de 19 anos, que foi executado na noite de segunda-feira, 21 de Agosto, foi uma das vítimas de abusos sexuais do professor, Deivid Almeida Lopes, que foi condenado pela morte do menino, Kauan Andrade Soares dos Santos, de apenas 9 anos, em Campo Grande (MS).

Na denúncia, o acusado que na época tinha 38 anos, segundo os fatos narrados, entre dezembro de 2016 e junho de 2017, convidava adolescentes para sua casa e exibia filmes pornográficos, instigava-os a se tocarem e fornecia dinheiro em troca de favores sexuais.

Entre as várias vítimas, estava um menor, de 13 anos, que chegou a ser abusado fisicamente pelo professor, restando com sequelas psicológicas. Durante o depoimento especial na Delegacia Especializada de Proteção a Criança e ao Adolescente (DEPCA), Rangel contou que foi abusado sexualmente pelo acusado.

Diante dos fatos, além da condenação pelo crime, os pais do menino ingressaram na justiça e pediram indenização por danos morais no valor de R$ 100 mil. Desta forma, Deivid foi sentenciado pela 4ª Vara Cível de Campo Grande, em 2020, a indenizar em R$ 100 mil por danos morais a vítima.

O menino Kauan e o professor condenado por crimes (Foto: Reprodução/Arquivo)

A defesa do professor que negou o crime, alegou que o valor pleiteado seria abusivo e ilegal, mas ao julgar a ação, a juíza Vânia de Paula Arantes, ressaltou que ficou comprovado nos autos do processo o crime ocorrido, inclusive, com a decisão se tornando definitiva posteriormente, ao ter recurso negado. No entendimento da juíza, é livre de dúvidas a presença dos elementos que caracterizam a obrigação de indenizar a vítima por conta do sofrimento experimentado pelo adolescente diante do estupro.

“O estupro praticado pelo réu implica atentado à liberdade sexual da vítima, que à época contava com poucos anos de idade, situação profundamente constrangedora que acarreta evidente sofrimento íntimo e abalo de ordem moral. Tal dano decorre da força dos próprios fatos, pela dimensão do fato e sua natural repercussão na esfera do lesado, sendo impossível deixar de imaginar que o dano não se configurou”, ressaltou a juíza.

Na época, o desaparecimento de Kauan, em junho de 2017, que trouxe à tona a conduta do professor e os diversos abusos que ele já havia cometido. O menino foi violentado pelo professor e outros quatro adolescentes.

O menino morreu por asfixia, enquanto era estuprado pelo grupo, inclusive, depois de morto. Em seguida, ele foi esquartejado duas vezes para que o corpo nunca fosse encontrado. Os restos mortais do menino foram espalhados pelo rio Anhanduí.

O caso – Rangel Batista da Silva, de 19 anos, foi morto a tiros na noite desta segunda-feira, 21 de Agosto, por dois indivíduos encapuzados, em uma residência de esquina na Rua Rosa Maria Lopes Contos, bairro Nova Lima, na Capital. A esposa da vítima fatal presenciou o crime.

Rangel Batista possuía uma extensa ficha criminal (Foto: Divulgação)

Segundo as informações já divulgadas pelo Diário Digital, o homem estava na companhia da esposa no quintal da residência quando foi surpreendido pelo atirador, que usava uma máscara azul e entrou na residência. A estimativa da Polícia Civil é de que Rangel Batista tenha sido morto com, ao menos, 10 disparos de arma de fogo.

Na residência, também estava a sogra da vítima e mais três crianças. O comparsa do atirador, conforme registro policial, ficou na esquina e o aguardou em uma motocicleta. Após o crime, a dupla encapuzada fugiu rumo desconhecido.

Passagens pela polícia – Rangel, de apenas 19 anos, possuía mais de 20 passagens pela polícia pelos crimes de furto e roubo majorado em Bataguassu, Campo Grande e Terenos, muitos crimes foram, inclusive, cometidos quando era menor de idade. Há pouco tempo tirou tornozeleira eletrônica após deixar a cadeia.

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