Idosa deu veneno de rato ao marido e dormiu com cadáver na casa
Antes de confessar o crime na sexta-feira (26), Aparecida Graciano de Souza apresentou versões contraditórias
Aparecida Graciano de Souza, de 61 anos, confessou à Polícia Civil ter envenenado o companheiro, Antônio Ricardo Cantarin, de 64 anos, e o esquartejado. A idosa relatou que dormiu com o corpo da vítima na casa e pediu ajuda a dois rapazes para colocar mala com o tronco do marido no porta-malas de casa. Questionada da motivação, afirma estar cansada das humilhações e ameaças por parte da vítima.
A idosa foi presa na sexta-feira, 26 de maio, em Selvíria (MS) após apresentar diferentes versões a respeito do desaparecimento do marido. Antônio Ricardo foi morto na segunda-feira (22) intoxicado por veneno de rato. Conforme relato de Aparecida, lembrou que sua irmã já ingeriu o tóxico conhecido como "mão branca" e quase veio a óbito e resolveu dar ao marido afirmando que era remédio.
O homem vivia sob cuidados dela após ter sofrido um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Ao ser interrogada, a assassina confessa esclareceu que a vítima a maltratava e, apesar da assistência que dava ao marido por conta de dificuldades de locomoção, Antonio não a valorizava, dizia que ela o roubava e a ameaçava.
Pela manhã do dia 22 de maio, fez o marido ingerir o veneno. Conta que passou o dia indo ao quarto e checando se a vítima, que estava acamada, havia morrido. Ao anoitecer, constatou que Antonio havia falecido e cobriu o corpo com um lençol. A autora relata que escolheu dormir em outro cômodo e afirmou estar “fria e sem sentimentos”.
Na terça-feira (23), passou a ficar preocupada com o que faria com o cadáver. Então, esquartejou o marido, separando o tronco, a cabeça e membros, pois “sempre matou porcos e sabia como fazer tal procedimento”. A idosa colocou um plástico em cima da cama que ele estava, bem como usou panos para conter o sangramento, e deixou as partes do corpo sobre o móvel.
O cadáver começou a exalar forte odor na quarta-feira (24). Aparecida colocou o tronco do marido em uma mala e chamou dois rapazes conhecidos para auxiliá-la a colocar a mala no carro. Os homens estranharam o cheiro forte e a questionaram, momento em que a autora respondeu que havia colocado veneno de rato na casa e alguns animais mortos deveriam ter sido colocados por engano na mala cheia de retalhos.
A autora relata ter dado carona aos homens até as residências deles e que pagou cerca de R$ 30 pelo serviço. Depois, dirigiu-se até a BR-158, saída para Três Lagoas (MS), e empurrou a mala do veículo, retornando para Selvíria (MS) em seguida.
A idosa guardou os outros restos mortais do marido em um freezer de carne e apenas os descartou na sexta-feira, 26, pois o veículo apresentou problemas mecânicos. No dia em questão, policiais civis foram até a casa dela.
Diferentes versões - Antes de confessar o crime aos investigadores da Seção de Investigações Gerais (SIG) de Selvíria, Aparecida apresentou diferentes versões a respeito do desaparecimento do companheiro. Aos vizinhos, relatou que teria levado Antônio para tratamento do AVC em São José do Rio Preto, cidade no interior de São Paulo. No entanto, os moradores da região desconfiaram dessa versão e contaram aos policiais que viram dois rapazes adentrando a residência na mesma semana.
Posteriormente, aos policiais civis, afirmou que o companheiro fora sequestrado por dois homens na noite do domingo (21) para segunda-feira e não soube informar quem seriam os supostos sequestradores.
A idosa não sustentou a versão e confessou o crime. Ela foi presa. O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) representou pela prisão preventiva de Aparecida. A decisão foi acatada pela juíza Aline Beatriz de Oliveira Lacerda, da IV Região - Três Lagoas, Água Clara e Brasilândia e a assassina confessa responderá pelo homicídio qualificado de Antônio Ricardo em reclusão.
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