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Gaeco vai analisar celular de suspeito de matar Sophia, após quebra de sigilo

Polícia Civil de MS informou que não conseguiu acessar o aparelho celular, no qual, é essencial para o caso

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Marina Romualdo
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Sophia de Jesus Ocampo morreu no dia 26 de janeiro de 2023 (Foto: Reprodução/Rede Social)

A Justiça de Mato Grosso do Sul pediu a quebra de sigilo telefônico de Christian Campoçano Leitheim, suspeito de matar da própria enteada, Sophia de Jesus Ocampo, de apenas 2 anos de idade, seja feito pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Estado. A decisão foi feita na quarta-feira, 13 de Setembro, pelo juiz, Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri.

Conforme as informações apuradas pelo Diário Digital, a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul não conseguiu acessar o aparelho celular do suspeito, sendo que é uma ferramenta de suma importância para para finalização das instruções sobre o caso. Vale destacar, que a autoridade policial informou que a perícia do celular também foi encaminhada para o estado do Paraná. No entanto, não foi possível obter informações.

A advogada de acusação do pai da pequena, Janice Andrade, relatou ao DD, que perdeu a fé no Estado. "Ver esse descaso, a gente fica se questionando sobre nossas autoridades, pois, acreditamos que eles atestem a verdade sempre. Nós cobramos a análise desse celular, pois, o laudo do local do crime deu negativo e entre outros laudos que também deram negativos. Você começa a questionar essa recusa e o descaso em analisar o celular modelo LG e, dizer que não tem competência e não tem capacidade técnica para fazer um relatório, é díficil".

Além disso, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) formou de força-tarefa de promotores para atuar em conjunto no caso. "Eles vão estar agindo juntos e isso é um grande avanço para nós. Por fim, confio no Gaeco e espero que ele faça o trabalho e com a equipe de trabalho do MPMS, o negócio vai andar. Pois, essas análises são essenciais para o caso", afirmou a advogada.

Na decisão, o juiz decidiu que o aparelho celular seja analisado pelo Gaeco para extrair dados ou provas de interesse criminal do processo. Contudo, manteve a audiência de instrução e julgamento que os suspeitos – Christian Campoçano Leitheim e a mãe de Sophia, Stephanie de Jesus da Silva, serão interrogados e a última testemunha do caso.

Stephanie de Jesus da Silva e Christian Campocano Leitheim estão presos (Foto: Reprodução/Rede Social)

Relembre o caso – A pequena foi assassinada pela própria mãe, Stephanie de Jesus da Silva e pelo padrasto, Christian Campocano Leitheim, no dia 26 de Janeiro.

O laudo de necrópsia confirmou que a Sophia foi morreu em decorrência de um traumatismo raquimedular, isto é, lesão na coluna vertebral. Foi constatado também que a criança também foi estuprada porém, “não recente”. Além disso, a bebê foi morta entre 9h e 10h, mas só foi levada para unidade de saúde às 17h.

Na tarde do dia 26 de fevereiro, a mãe da pequena a levou já morta à UPA Coronel Antonino na Capital. A criança tinha várias lesões pelo corpo e as partes íntimas pareciam excessivamente dilatadas. A suspeita de estupro foi confirmada.

Ao ser informada sobre o óbito, a mãe não teria esboçado surpresa ou remorso, segundo descreve o registro policial. A Polícia Civil afirma que as investigações apontam que o padrasto teria orientado a genitora a dizer que a criança “caiu do playground [parquinho]”.

Investigadores do Grupo de Operações e Investigações (GOI) foram acionados até a UPA. A princípio, a mãe negou que agredia a menina. Relatou que trabalhava durante o dia e que a filha ficava sob cuidados do padrasto. Então, apontou que o homem batia na menina com tapas e socos, para “corrigi-la” e afirmou, inclusive, que participava das agressões.

Durante as investigações, o que chamou atenção da Polícia Civil é que a menina havia sido atendida mais de 30 vezes na unidade de pronto atendimento. Inclusive, em uma delas, a criança estava com a perna quebrada. Com a apuração, foi constatado que a pequena teve a perna quebrada com um chute do padrasto, Christian.

Com todas as constatações, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) denunciou Stephanie e Christian por homicídio triplamente qualificado e estupro de vulnerável. Além do homicídio, Stephanie foi denunciada pela omissão de socorro da menina.

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