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Polícia

Filho afirma que Kátia contou ter matado Givaldo por ele não aceitar sexualidade

Kátia é ré por matar o marido, Givaldo, em 2017; filho do casal e amiga foram as primeiras testemunhas

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Victória de Oliveira e Thays Schneider
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Filho de Kátia e Givaldo foi o primeiro a ser ouvido - (Foto: Luciano Muta)

Kátia Regina de Castro, pela morte do marido Givaldo Domingues da Silva, em 2017, com 43 anos na época, ocupa nesta quinta-feira, 13 de abril, o banco de réus do 1º Tribunal de Júri, no Fórum de Campo Grande, pela primeira vez em seis anos. O casal estava junto há 22 anos e Kátia é acusada de assassinar o ex-funcionário da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) por não pedido de separação dele.

A denúncia do Ministério Público de Mato Grosso do Sul aponta que Givaldo foi morto em 06 de maio de 2017. Cerca de um mês antes, o homem manifestou para Kátia intenção de encerrar o casamento. O motivo seria uma relação extraconjugal dele com outra mulher. 

A primeira testemunha a ser ouvida seis anos depois do crime foi Luan Castro Domingues da Silva, de 21 anos, filho do casal. Em depoimento, afirmou que o pai não aceitava a sexualidade dele. “Meu pai não aceitava que eu sou gay. Ele me ameaçava de morte sempre. Dizia que ‘filho meu não nasceu pra ser gay. Filho meu é homem’. Meu pai queria me levar no médico para me fazer virar homem”, conta.

Kátia escuta depoimentos - (Foto: Luciano Muta)

Segundo Luan, essa teria sido a principal motivação para a mãe assassinar o homem “Minha mãe matou meu pai porque ele era homofóbico”, declara. As investigações da Polícia Civil apontam que Kátia matou Givaldo após discussão por conta da separação. 

No dia do crime, explica que chegou em casa e encontrou a mãe estranha. Dois dias depois, em 08 de maio do mesmo ano, Kátia foi até a Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) Piratininga e registrou o desaparecimento do marido. “Só depois ela me contou que matou meu pai porque ele não me aceitava”, relembra. 

Vanessa afirma que Givaldo era homofóbico - (Foto: Luciano Muta) 

Uma amiga da vítima, Vanessa Álvares também foi ouvida hoje. Ela contou que Givaldo não gostava que andasse junto ao filho dele, porque afirmava que Vanessa, por ser uma mulher transgênero, seria uma ‘má influência’. “Fui ‘amassada’ pelo Givaldo na rua. Ele disse que era má companhia para o filho dele, que iria me bater e me matar por que eu era gay. Eu presenciei ele falando que não aceitava o filho ser gay”, informa.

O crime - No dia do crime, o casal foi para casa no Bairro Coophavila II, na hora do almoço, e discutiu. Em determinado momento, a mulher se apossou de uma faca e esfaqueou a vítima. Depois, colocou o corpo em um carriola, moveu para um carro modelo Volkswagen Gol e jogou às margens da BR-262, próximo a rotatória da saída da Capital para Sidrolândia.

Em 08 de maio, registrou na Polícia Civil o desparecimento dele. Cinco dias após o crime, um popular passava pela rodovia e encontrou o corpo após sentir forte odor. Na ocasião, Kátia chegou a comparecer na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) Piratininga para reconhecer o corpo.

Givaldo tinha 43 anos - (Foto: Arquivo)

Ciúmes excessivo - Durante as investigações, testemunhas contaram que Kátia ameaçava constantemente Givaldo após o pedido de separação. “Se você não ficar comigo, não vai ficar mais ninguém”, afirmava a mulher.

A mulher apontada na relação extraconjugal explicou que Givaldo contou que o casamento não ia bem há anos e que estava com Kátia apenas “por aparência” e para não desestabilizar o filho. Em abril, Givaldo a procurou e contou que teve uma briga feia com Kátia, acreditando, ainda, que ela o mataria. O homem foi aconselhado a ir para casa da mãe, onde ficou apenas por um dia, pois a esposa passou a mandar mensagens pedindo para ele voltar.

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