Feminicida que conviveu com corpo de mulher por 4 dias continua preso
Inácio Pessoa Rodrigues passou por audiência de custódia e foi encaminhado para presídio
O feminicida Inácio Pessoa Rodrigues, de 47 anos, que matou a companheira Luciana Carvalho, de 45 anos, e conviveu com o corpo por quatro dias na residência da Avenida Júlio de Castilho, continua preso em Campo Grande. O açougueiro passou por audiência de custódia na manhã desta quarta-feira, 03 de agosto, e foi encaminhado direto do Fórum para presídio da Capital.
O suspeito foi preso em flagrante na noite da última segunda-feira, 1º de agosto, e aguardava a audiência nas celas da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM). O açougueiro é acusado de matar Luciana Carvalho em mais uma das brigas rotineiras do casal. O crime ocorreu na noite de quinta-feira, 28 de julho, porém foi descoberto somente na segunda-feira, após vizinhos se incomodarem com ausência da mulher e com forte odor que exalava da residência.
O proprietário do imóvel foi acionado ao local e relatou abrir a porta com a chave reserva que possui. Olhou para a direita e encontrou a inquilina já caída no chão da cozinha em avançado estado de decomposição. “O cheiro estava bem forte, muito sangue pela casa e até ‘corós’ [larvas] onde o corpo estava caído”, observou Luiz de Jesus, de 66 anos. Na cozinha, também estava chumaço de cabelo da vítima, encoberto pelas larvas.
A delegada titular da Deam, Elaine Benicasa reforçou que Inácio seguiu a rotina normalmente após o feminicídio. “Saía para trabalhar e trancava a casa para que ninguém entrasse e visse Luciana morta”. Explicou, ainda, que a vítima havia pedido medida restritiva por violência doméstica contra o companheiro em fevereiro, porém indícios apontam que o casal continuou a convivência.
O crime - Na noite de quinta-feira, Inácio e Luciana discutiram pois a companheira não queria fornecer a senha do aparelho celular dela para o homem. O feminicida, então, desferiu dois golpes de faca na mulher, que a fizeram cair no chão da cozinha, deixou a arma no local do crime e continuou na casa até a manhã seguinte, na sexta-feira, 29 de julho, quando saiu para trabalhar. A noite, retornou para a residência para dormir. A rotina se repetiu até o início da semana, quando o crime foi descoberto.
Inácio, ainda, voltava para casa quando foi avistado por uma equipe policial, que havia sido avisada pelos vizinhos de que o homem era suspeito do feminicídio. Ao avistar os militares, tentou fugir, porém foi capturado a cerca de 300 metros do local.
Questionado, o acusado confessou o crime e afirmou que a vítima não queria desbloquear o aparelho celular dela, o que o levou a matá-la. Foi preso em flagrante e encaminhado para a Deam, assim como a faca utilizada no crime. Ele responderá por ocultação de cadáver e feminicídio.
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