'Está extremamente abalada', diz advogados de idosa que matou e esquartejou o marido
Defesa informou que a suspeita está tendo atendimento psicológico na unidade prisional


A idosa, Aparecida Graciano de Souza, de 61 anos, que matou e esquartejou o próprio marido, Antônio Ricardo Cantarin, de 64 anos, está presa por homicídio qualificado. Os advogados de defesa da mulher informaram que a mesma está "extremamente abalada com a situação".
Por meio de nota, os advogados Júlio Cezar Sanches Nunes e Geilson da Silva Lima relataram que atuaram na defesa da cliente, de forma firme e pautados pela ética. "O motivo do crime não foi o estado de saúde da vítima e, qualquer informação diferente disso, não condiz com a verdade. Ressaltamos que atuaremos de forma firme e pautados pela ética, não admitindo qualquer abuso ou ilegalidade em desfavor da nossa constituinte".
"Por fim, informamos ainda que a senhora Aparecida Graciano de Souza, está extremamente abalada com a situação, valendo-se de atendimento psicológico dentro da unidade prisional", finaliza a nota.
Após a idosa mudar as versões do crime, ela confessou o homicídio. Com isso, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) representou pela prisão preventiva de Aparecida. A decisão foi acatada pela juíza Aline Beatriz de Oliveira Lacerda, da IV Região - Três Lagoas, Água Clara e Brasilândia.

O caso – Na última segunda-feira, 29 de maio, Antônio foi morto intoxicado por veneno de rato. Conforme relato de Aparecida de Souza, ela lembrou que sua irmã já ingeriu o tóxico conhecido como "mão branca" e quase veio a óbito e, diante disso, resolveu dar ao marido afirmando que era remédio.
O homem vivia sob cuidados dela após ter sofrido um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Ao ser interrogada, a assassina confessa esclareceu que a vítima a maltratava e, apesar da assistência que dava ao marido por conta de dificuldades de locomoção, Antonio não a valorizava, dizia que ela o roubava e a ameaçava.
Pela manhã do dia 22 de maio, ela fez o marido ingerir o veneno. A mulher conta que passou o dia indo ao quarto e checando se a vítima, que estava acamada, havia morrido. Ao anoitecer, constatou que Antonio havia falecido e cobriu o corpo com um lençol. A autora relata ainda que escolheu dormir em outro cômodo e afirmou estar “fria e sem sentimentos”.
Na terça-feira (23), passou a ficar preocupada com o que faria com o cadáver. Então, esquartejou o marido, separando o tronco, a cabeça e membros, pois “sempre matou porcos e sabia como fazer tal procedimento”. A idosa colocou um plástico em cima da cama que ele estava, bem como usou panos para conter o sangramento, e deixou as partes do corpo sobre o móvel.
O cadáver começou a exalar forte odor na quarta-feira (24). Então, Aparecida colocou o tronco do marido em uma mala e chamou dois rapazes conhecidos para auxiliá-la a colocar a mala no carro. Os homens estranharam o cheiro forte e a questionaram, momento em que a autora respondeu que havia colocado veneno de rato na casa e alguns animais mortos deveriam ter sido colocados por engano na mala cheia de retalhos.
A autora relata ter dado carona aos homens até as residências deles e que pagou cerca de R$ 30 pelo serviço. Depois, dirigiu-se até a BR-158, saída para Três Lagoas (MS), e empurrou a mala do veículo, retornando para Selvíria (MS) em seguida.
Após relatar diferentes versões, a idosa não sustentou a versão e confessou o crime. Ela foi presa e irá responder pelo homicídio qualificado de Antônio Ricardo em reclusão.
Passagens pela polícia – O idoso, Antônio Ricardo Cantarin, de 64 anos, que foi morto e esquartejado pela própria companheira tinha passagens pela polícia pelo crime de estupro de vulnerável.
Segundo as informações policiais, o idoso cometeu o crime no ano de 2018 contra a neta de sua ex-companheira na época. Na ocasião, a menina relatou a vítima fatal teria lhe mostrado o pênis e foi obrigada a tocá-lo.
No entanto, vale destacar que a polícia afirmou que a morte do idoso não tem qualquer relação com a passagem pela polícia. Sendo assim, após confessar o crime, Aparecida foi presa em flagrante.
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