Polícia

Em mais um fim de semana violento na capital, mulheres foram vítimas de abuso e feminicídio

Rihanna foi morta pelo companheiro e motorista de aplicativo, abusada sexualmente por passageiro

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Victória de Oliveira
A delegada Elaine Benicasa comentou casos - (Foto: Reprodução/TV MS Record)

O final de semana em Campo Grande foi marcado por crime contra mulheres. Apenas neste domingo, 20 de novembro, duas mulheres foram vítimas de casos violentos na Capital. Em um deles, Rihanna, uma mulher transexual, foi morta com paulada no pescoço pelo companheiro. Os casos foram registrados na 1ª Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) de Campo Grande. Durante a manhã desta segunda-feira (21) a delegada titular Elaine Benicasa comentou os registros em coletiva de imprensa,

Ambos autores foram presos em flagrante pelos crimes - um por feminicídio e o outro, por estupro, explica Elaine Benicasa. Segundo a delegada, o autor do feminicídio, Juarez de Oliveira Souza, de 56 anos, relatou que o casal se conhecia há quatros anos e conviva há cerca de oito dias em residência na rua Laranjeiras, no bairro Jardim Noroeste. Tanto Rihanna quanto o acusado eram usuários de drogas.

Em depoimento ontem à delegada plantonista Karen Viana, o Juarez afirma que teria matado a companheira após discussão do casal. “A morte, de acordo com o suspeito, foi em razão de que a vítima teria vendido uma geladeira para consumo de drogas. Ainda, de acordo com o acusado, ele teria se defendido porque a vítima estava na posse de um pedaço de pau. Então ele tomou a arma da mão dela e desferiu apenas um golpe”, descreve. 

Rihanna foi morta com diversos golpes de pedaço de madeira - (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

A delegada reforça, contudo, que populares desmentiram a versão. “Nós temos testemunhas que presenciaram os fatos e afirmaram que ele deu, inicialmente, um golpe com esse pedaço de madeira no pescoço, a vítima veio a desmaiar no solo e ele se retirou. Segundos depois ele retorna ao local e desfere mais três golpes na cabeça da vítima”, explica. 

Os vizinhos, ainda, relataram que as brigas eram constantes entre o casal, especialmente por conta do uso de entorpecentes. O homem foi preso em ponto de ônibus, tentando fugir do local. Ele responderá pelo crime de feminicídio. Rihanna é a 37ª vítima de feminicídio em Mato Grosso do Sul no ano de 2022. Na Capital, conforme dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), esse é o 9º caso do ano e segundo do mês de novembro.

Ainda no domingo, uma motorista de aplicativo, de 27 anos, foi abusada sexualmente durante corrida na capital. Conforme a delegada, a vítima relatou que foi acionada por aplicativo para realizar trajeto da avenida Capital até o bairro Jardim Vida Nova. No decorrer do caminho para a casa do autor, de 25 anos, o homem sacou arma de fogo no interior do veículo e afirmou que iria abusá-la sexualmente. A vítima foi obrigada a estacionar carro em rua vazia, onde foi estuprada. “Sempre mediante arma de fogo em punho”, explica a Elaine Benicasa.

A motorista também relatou que o homem teria, a princípio, pago R$ 70 pela corrida, porém retirou o dinheiro em seguida. A representante da Deam explica que a vítima conseguiu fugir e procurou assistência na Polícia Militar, “Em determinado momento, ele se descuidou e ela conseguiu se evadir e procurou ajuda em Batalhão da Polícia Militar. Os policiais militares, com as informações repassadas pela vítima, foram até a residência do autor e o prenderam em flagrante”, descreve.

A delegada da Deam afirmou durante interrogatório neste domingo que teria feito uso de entorpecentes. Ainda, o homem disse que a relação foi consentida e não entendia o motivo da prisão. “O que temos é a palavra da vítima. Nós sabemos que os crimes de estupro são às escondidas e a palavra da vítima é de extrema importância como prova dos fatos. Justamente por isso ele foi preso em flagrante”.

Autor de estupro foi preso em flagrante - (Foto: Divulgação)

Durante a coletiva, a delegada comentou que a mãe do autor teria sido vítima de abuso sexual no ano passado. “[Passagens por estupro] ainda vamos checar, não temos essa informação à princípio. Mas isso [estupro da genitora] ele mesmo alegou no interrogatório dele que há um ano a mãe teria sido vítima de estupro. […] Há algumas investigações a serem tratadas, que serão realizadas ao longo da semana”, explica.

A vítima foi encaminhada para exame de corpo de delito, para apurar a incidência de abuso sexual. O homem segue preso e passará por audiência de custódia entre esta segunda-feira e e terça-feira (22). Quanto à arma, afirmou que comprou o revólver em um posto de combustíveis e não apontou o suposto vendedor. Foi indiciado, ainda, por porte ilegal de arma de fogo. 

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