Polícia

Em 2022, prefeito foi de político em ascensão à queda por escândalos sexuais

Marcos Trad renunciou à prefeitura para concorrer ao governo

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Kamila Alcântara
Marquinhos Trad no lançamento da campanha ao Governo do Estado (Foto: Luiz Alberto)

Reeleito prefeito de Campo Grande com uma diferença de 41% do segundo colocado, Marcos Marcello Trad, o Marquinhos Trad (PSD) começou 2022 confiante na sua candidatura ao governo de Mato Grosso do Sul. Ele deixou o executivo municipal para Adriane Lopes (Patriota) em Abril para disputar o pleito mais importante da sua carreira política. 

Porém, ele não contava que três meses depois a sua carreira seria abalada por denúncias de crimes sexuais. A ascensão política e a queda do político fazem parte da Retrospectiva 2022 do Diário Digital

Marquinhos Trad oficializou sua renúncia em coletiva no dia 1 de Abril (Foto: Reprodução)

Com a conquista de 218.418 votos em 2020, Marquinhos tornou-se o nome mais cotado [e previsível] para disputar o governo do Estado pelo Partido Social Democrático (PSD), legenda que divide com os irmãos Fábio Trad, então deputado federal, e o ex-prefeito da Capital e hoje senador Nelson Trad Filho. 

Outro político se aliou a causa para dar peso a campanha, o ex-juiz federal Odilon de Oliveira assumiu a ‘comissão de frente’ e foi lançado como candidato à única vaga para o Senado. 

Marquinhos Trad acompanhado da esposa Tatiana e as filhas, no lançamento da campanha ao Governo do Estado (Foto: Luiz Alberto)


Desde as primeiras pesquisas de intenção de votos, parecia certo que os sul-mato-grossenses teriam que escolher, num segundo turno, entre o ex-governador André Puccinelli (MDB) e Marquinhos Trad. 

Até que no fim de julho, em meio a pré-campanha, uma bomba explodiu o PSD: quatro mulheres procuraram a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) para denunciar que sofrerem assédio sexual, estupro na forma tentada e favorecimento à prostituição por parte da ex-prefeito da Capital. 

Delegada da Deam, Maíra Pacheco, delegado- geral da PCMS, Roberto Gurgel e o diretor do Departamento de Delegacia Especializada, Edilson Perira. (Foto: Luciano Muta)

Em meio a campanha, as investigações seguiram, com busca e apreensão até no prédio da Prefeitura. Através de nota, a defesa do ex-prefeito informou que irá comprovar que algumas das supostas vítimas nunca estiveram na Prefeitura de Campo Grande.  

"Marquinhos Trad é vítima de uma ação orquestrada para atingir sua candidatura e as advogadas de defesa de Trad, Dra. Andréa Flores e Dra. Rejane Alves de Arruda, já tomaram uma série de medidas jurídicas contra a campanha caluniosa, baseada em denúncias falsas. A defesa tem evidências, registradas por uma das denunciantes em cartório, que comprovam a armação", diz um dos comunicados que defendia a inocência do ex-prefeito.

Advogadas Andrea Flores e Rejane Alves de Arruda (Foto: Divulgação)

Entre as estratégias da defesa, houve o pedido de afastamento da delegada Maíra Pacheco Machado, que investigava o caso. Enquanto isso, um ex-servidor municipal também era investigado por coação no curso do processo, corrupção ativa de testemunhas e favorecimento a prostituição.  Alguns dias antes da Eleição, Marquinho Trad não comparece à delegacia para prestar depoimento sobre o caso. No local, um grupo de mulheres seguravam cartazes e pediam justiça às vítimas. 

O dia 2 de outubro chega, com pesquisas apontando André com 22% dos votos e Marquinhos com 19%. Só que o resultado não chegou nem perto! Marquinhos Trad ficou em sexto lugar no pleito. Ele voltou a falar sobre as denúncias de assédio quase 15 dias depois, quando declarou ser uma verdadeira crueldade o caso, pois "das 16 mulheres que me denunciaram, agora existem apenas três". Em sua defesa, apresentou provas de conversas por celular em prints

Marquinhos Trad no dia da votação para eleição de governador (Foto: Divulgação)

Mesmo assim, em 10 de novembro, um documento assinado pelo promotor de Justiça Alexandre Pinto Capiberibe Saldanha, aponta que Marquinhos Trad teria praticado os crimes contra sete mulheres, e André Patrola, contra outras três. Segundo mostra o documento Trad, foi denunciado pelo crime de importunação sexual e  pelo favorecimento à prostituição. 

Se condenado a pena varia de 1 ano a 2 anos de prisão pelo crime de assédio sexual, 2 anos a 5 anos de prisão pelo crime de importunação sexual e de 2 anos a 5 anos por favorecimento à prostituição. 

Adriane Lopes - Adriane Lopes foi oficialmente empossada como a 65ª prefeita de Campo Grande em solenidade na Câmara Municipal, 4 de Abril. Nos meses seguintes, ela se dedicou a implementar uma gestão com seu perfil. Trocou secretários, dispensou comissionados e enfrentou sua primeira dificuldade com o funcionalismo: a greve dos professores, interrompida por decisão judicial.

 

 

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