“Eles jogavam bomba até em quem tava longe esperando o uber”, diz jovem sobre ação do Choque na Esplanada
Entrevistada explicou que muitas pessoas passaram mal pelo uso das bombas, gás lacrimogêneo e spray de pimenta
O Carnaval da Esplanada Ferroviária, na noite do sábado (18), terminou com o Batalhão do Choque da Polícia Militar em ação para esvaziar o local. Segundo testemunhas que foram para a folia ou apenas passaram pelo espaço, acabou em uma confusão com gás lacrimogêneo, balas de borracha e bombas de efeito moral. Os foliões se queixaram de queimação nos olhos e dificuldade de respiração.
A dispersão do público começou por volta das 23h/00h, isolando as Av. Mato Grosso e Calógeras, Padre João Crippa e finalizando o fundo da Esplanadal. Além disso, na frente da entrada da Feira Central, na Esplanada Ferroviária, testemunhas dizem que uma briga de faca entre dois jovens também chamou a atenção.
Isabelli Eduarda Gonçalves Floriano, de 20 anos, acompanhada de seus amigos, estava no local quando o Batalhão de Choque apareceu. Segundo a jovem, ela se assustou pensando ser um “arrastão”.
“A gente achou um lugar mais seguro pra sentar e esperar o uber baixar. Deu meia noite, saiu todo mundo correndo, e a gente jurando que era arrastão. Mas na verdade era a polícia com bala de borracha e spray de pimenta falando pro povo vazar. Todo mundo que tava no fluxo foi pra Afonso Pena, que também não era muito seguro”, explica Isabelli Eduarda.
Como se não bastasse, na Av. Afonso Pena, estavam ocorrendo muitos roubos em motocicletas.
Outra jovem que estava no ambiente e presenciou a ação da PM foi Maria Eduarda Abregos, de 21 anos, aluna da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. De acordo com a universitária, a dispersão durou até 1h30 da madrugada, jogando bombas o tempo todo.
Maria Eduarda diz também que muitos foliões passaram mal por conta do gás lacrimogêneo que era atirado em todos os lugares, até em quem estivesse simplesmente esperando um Uber, o que levou ao SAMU ser solicitado várias vezes para a Esplanada.
“Foi bem pior que os carnavais anteriores”, comenta a estudante.
Segundo ambas estudantes, nenhum aviso prévio foi dado pela Polícia Militar aos foliões no início do afastamento.
“Eles podiam ter subido no palco pra falar que era hora de ir embora, que iam bater e chutar se não fosse. Mas nem isso falaram”, afirma Isabelli Eduarda.
Sobre a briga com facas, o Diário Digital entrou em contato com a assessoria da Polícia Militar, mas não obteve resposta até o momento.
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