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Depois de matar Carla, assassino foi até casa de ex-patrão

Ex-patrão de Marcos André Vilalba de 21 anos, prestou depoimento na delegacia nesta quinta-feira

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Redação
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Marcos André, assassino confesso de Carla, no momento da prisão (Foto: Divulgação)

Aos poucos a polícia vai preenchendo as lacunas sobre o feminicídio de Carla Santana Magalhães, 25 anos, e as peças do quebra cabeça passaram a se encaixar depois da prisão do assassino confesso, o vizinho de muro da jovem, Marcos André Vilalba, 21 anos. Testemunhas ainda estão sendo ouvidas sobre o caso, uma delas, o ex-patrão do servente de pedreiro, que prestou depoimento nesta quinta-feira (16), na DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios).

Perfil misterioso – Abordado na última segunda-feira (13) por policiais do Batalhão de Choque da PM (Polícia Militar), até agora o que se sabe, conforme relatos, é que Marcos é um jovem recluso, de poucos amigos e estava morando em Campo Grande há 9 meses. Foi trazido de Bela Vista (MS) pelo ex-patrão para trabalhar em obras. Ao ser perguntado pela polícia sobre a mãe, Marcos respondeu: “Vagabunda”. Disse que foi abandonado e não tem contato com o pai.

Segundo informações apuradas, ele tinha o ex-patrão e a esposa dele como um casal próximo, com quem podia contar, frequentava a casa deles. No dia do sequestro de Carla, logo após matar a jovem, ele foi até a casa do ex-patrão, por volta das 22 horas. Mas, como já estava tarde, o homem preferiu não abrir o portão e ele voltou para sua residência, na Rua Nova Tiradentes, no Bairro Tiradentes.

Como inquilino de um imóvel, ele nunca deu problema. Pagava o aluguel em dia, saia de casa cedo, só retornava ao anoitecer e quase nunca recebia visitas.

Carla Magalhães foi assassinada aos 25 anos (Foto: Reprodução/Rede Social)

Apesar de ter sido acusado em 2017 pela própria avó, que na época tinha 73 anos, de ter furtado de sua casa móveis e utensílios, a denúncia não foi levada a diante e Marcos André era um jovem idôneo perante a justiça.

A polícia, Marcos disse que consumia muita bebida alcoólica e na noite que sequestrou e matou Carla, estava embriagado e teve “apagões”, omitindo determinados detalhes sobre a dinâmica dos fatos.  

Dinâmica do crime – Carla Santana Magalhães foi sequestrada por volta das 19h30 da noite de 30 de julho quando voltava do supermercado com um pacote de café. Ao passar pelo assassino que disse à polícia que estava bebendo na porta de casa, Marcos André a segurou em golpe “mata leão” e a arrastou para dentro da casa dele. Ela ainda gritou para a mãe que estava sendo roubada, mas em questão de segundos, não havia mais sinal de Carla na rua.

Incialmente, a polícia trabalhou com várias linhas de investigação até que o cerco foi se fechando. Ao ser levada, Carla deixou para traz um chinelo, o pacote de café, sua máscara e também havia um cadeado que não pertencia a jovem e depois as investigações compravam ser da casa do vizinho.

Corpo da jovem foi deixado na frente de conveniência (Foto: Luciano Muta)

Em depoimento, ele alegou que teve um "apagão" de memória e, no dia seguinte, acordou e encontrou o corpo da jovem no chão do quarto. O arrastou para debaixo da cama e foi trabalhar, seguindo normalmente com sua rotina diária, enquanto a família procurava pela Carla que já estava sem vida, a uma parede de distância de sua casa.

Aos poucos, o rapaz passa a revelar novos detalhes, como o fato de ter matado a jovem assim que a levou para dentro, com uma facada no pescoço, e depois cometido violência sexual. Porém, a perícia constatou que Carla tinha vários ferimentos e não apenas uma perfuração.

Carla aparece morta - No dia 3 de julho, ele pega o corpo de Carla, nu e sem manchas de sangue e deixa na esquina da casa dele, na varanda de uma mercearia. Fato que Marcos diz a polícia também não se recordar.

A roupa da vítima não foi encontrada, apenas vestes masculinas com manchas que podem ser sangue e estão apreendidas. Na primeira vistoria no imóvel que o rapaz aluga, os policiais do Batalhão de Choque que já haviam intensificado rondas na região a procura de um suspeito, encontraram lençol sujo de sangue e uma máscara.

Documento de identidade do assassino confesso de Carla (Foto: Divulgação)

A equipe de investigação fez exames periciais na casa do assassino com luminol, um reagente que detecta presença de sangue e mesmo depois do local ter sido limpo havia indícios confirmando que o corpo foi arrastado.

Conforme o depoimento de Marcos André, ele afirmou nunca ter tido envolvimento com a vítima. Apenas relata que em semanas anteriores, estava com roupas de servente que usa no trabalho quando Carla teria passado por ele e não correspondeu ao seu cumprimento de “bom dia”. Mesmo assim alega que não foi esse o motivo de ter matado e que não se lembrava dos fatos.

As investigações ainda não foram encerradas e a polícia aguarda os laudos da perícia da casa do vizinho e do sangue encontrado. Marcos está preso preventivamente pelo crime.

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