Polícia

Defesa nega que preso nesta manhã tenha envolvimento com estelionato

Advogada afirma que Frederico Nardson foi detido por engano e como um "bode expiatório"

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Victória Bissaco e Thays Schneider
Frederico Nardson foi preso nesta manhã - (Foto: Luciano Muta)

“Um equívoco para arrumar um bode expiatório”. É assim que a advogada de defesa de Frederico Nardson, de 30 anos, Gisele Bompard define a prisão dele junto a uma jovem, de 23 anos, na manhã desta quarta-feira, 05 de julho, em prédio da avenida Afonso Pena. O casal é acusado de chefiar quadrilha que faturou mais de R$ 4 milhões em 2022 com ‘golpe do consórcio’

Conforme noticiado pelo Diário Digital, os criminosos desde 2019 aplicam o ‘golpe do consórcio’. Apenas no ano passado, o lucro estimado com os crimes foi de R$ 4 milhões em Campo Grande. Neste ano, 2023, a meta era de R$ 5 milhões, detalhou o delegado-titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo (Decon), Reginaldo Salomão.

Segundo a advogada Gisele Bompard, o homem é proprietário de uma representação de consórcio. “No ano de 2021 e 2022, a Decon recebeu algumas reclamações sobre a venda de consórcio, mas não é especificamente sobre meu cliente, porque no local onde o Frederico locava, outras pessoas também locavam. Então acabou acontecendo essas denúncias”, afirma.

A advogada defende que Frederico foi preso porque vítimas iam ao consórcio no momento em que o homem estava e o relacionavam com o crime. Ainda, afirma não haver contratos vinculados ao homem detido nesta manhã. “Na maioria, são sobre outras pessoas […] A princípio, o doutor Salomão indiciou todo mundo, se pegar o inquérito indiciou desde a recepcionista até as vendedoras”, disse. 

Gisele Bompard afirma que prisão de Frederico foi ‘um equívoco’ - (Foto: Luciano Muta)

Também afirma que os depósitos dos ‘clientes’ eram feitos diretamente na conta da Cooperativa Mista Roma, responsável por administrar o consórcio, conforme Gisele Bompard. “Não ia na conta particular das empresas. Depois a Roma pagava o percentual de cada consórcio para os representantes […] Só que, literalmente, a delegacia está achando que o Frederico é um ‘chefão’. E ele não é nada disso”, pontuou.

A defesa já entrou com pedido de habeas-corpus, a fim de garantir a liberdade de Frederico. 

Entenda - Frederico e Vitória Chaparro, são acusados de chefiar uma quadrilha com faturamento milionário em golpes de consórcio. As vítimas eram majoritariamente pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica. 

Vitória Chaparro foi presa nesta manhã - (Foto: Luciano Muta)

O modus operandi da quadrilha consistia em induzir as vítimas a usarem as próprias redes sociais e aparelhos eletrônicos para comprar uma “carta de crédito” inexistente. Depois, habilitavam chip nos aparelhos celulares com DDD 011, de São Paulo, alegando ser procedimentos da Matriz, e prometiam a liberação de valores altos em até sete dias após os alvos realizarem a transferência de qualquer quantia de dinheiro.

Ao todo, mais de 30 pessoas são suspeitas de envolvimento neste crime. A organização criminosa também atua nos estados do Paraná e Mato Grosso. As investigações foram realizadas pela Decon, juntamente com a Secretaria de Orientação e Defesa do Consumidor (Procon-MS).

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