Defesa diz que motorista de APP não tem participação na morte de adolescentes de 13 anos
Durante a corrida, o homem de 40 anos teria perguntado com intimidade para o atirador sobre o crime
A defesa do motorista de aplicativo de 40 anos preso durante a operação com as equipes do Batalhão de Choque com da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros (Garras) informou que o cliente não conhecia os envolvidos e que apenas atendeu corrida. A ação ocorreu para prender os suspeitos de matar o casal de adolescentes de 13 anos por engano no bairro Jardim das Hortências, em Campo Grande.
De acordo com o advogado, Ilton Hashimoto, o motorista de APP não tem participação no crime. "Ele é motorista de aplicativo, bem como não tem amizade com os presos". Porém, o cliente de Ilton foi detido, após os envolvidos no crime identificados como Rafael Mendes de Souza, vulgo "Jacaré" e Nicollas Inácio Souza da Silva, ambos de 18 anos, relatarem que o mesmo perguntou com intimidade sobre o homicídio para o atirador, João Vitor Mendes, de 19 anos, que está foragido. No qual, durante a conversa, o homem teria dito - "deu bom? Pois, eu nem escutei os tiros e estava aqui pertinho".
Conforme já divulgado pelo Diário Digital, os jovens, Silas Ortiz Grizakay e Aysla Carolina de Oliveira Neitzke, tiveram suas vidas ceifadas na noite de sexta-feira (3). Os adolescentes estavam na via pública tomando tereré e fumando narguilé, quando dois homens em uma motocicleta se aproximaram e o garupa efetuou vários disparos de arma de fogo. No entanto, o alvo dos atiradores era Pedro Henrique Rodrigues, que estava na esquina da Rua Flor de Melo realizando a venda de drogas.
No momento em que viu os suspeitos, ele correu para perto dos adolescentes que acabaram sendo atingidos. Silas foi baleado nas costas e Aysla teve perfurações no rosto, pescoço e no braço. Eles foram socorridos e encaminhados para Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Aero Rancho, mas não resistiram e morreram. Após o crime, os suspeitos fugiram do local.
Durante as diligências pelo bairro Jardim das Hortências, o Batalhão de Choque, os policiais conseguiram identificar o integrante do grupo que teria organizado o atentado. O "Jacaré" foi localizado na residência juntamente com a mãe. Durante abordagem, ele negou qualquer envolvimento nos homicídios, mas acabou revelando que possuía uma arma de fogo, que foi apreendida dentro do guarda-roupa dele.
Ao receber voz de prisão, Rafael informou que tinha conhecimento de quem era os autores do crime. E, indicou Nicollas Inácio e outro rapaz que segue foragido. Diante disso, Nicollas foi localizado em uma casa de massagem que fica localizada na Vila Jacy, na companhia de uma mulher.
No local, o suspeito estava com uma mochila e dentro dela havia um revólver calibre 357. Em seguida, Nicollas confirmou que estava portando a arma de fogo durante o atentado. No entanto, ficou com a missão de pilotar a motocicleta enquanto o outro rapaz de posse de uma pistola calibre 9 milímetros efetuava diversos disparos contra as vítimas.
Segundo o envolvido, no momento do crime, ele nem parou a moto, no qual, o outro autor realizou os disparos com o veículo em movimento. Já após os tiros, eles se reuniram no imóvel de "Jacaré" e neste momento que ele observou que o comparsa havia descarregado o carregador da pistola, ou seja, efetuou aproximadamente 16 disparos. Em seguida, ocultaram a motocicleta no quintal de Rafael e acionaram um motorista de aplicativo e abandonaram a região.
Durante a continuidade às diligências, as equipes visitaram o imóvel do motorista de APP que fica na Vila Bandeirantes. Ele confirmou ter prestado apoio aos suspeitos utilizando o veículo modelo Hyundai HB20. Sendo assim, a polícia constatou que o motorista conhecia o plano para matar o Pedro Henrique e mesmo com acontecimentos inesperados, manteve-se fiel ao acordo firmado com os suspeitos.
Além disso, Nicollas relatou que o revólver apreendido com ele, pertence ao interno, Kleverton Bibianmo Apolinário da Silva, de 22 anos, que está preso no Presídio de Segurança Máxima da Capital. E, reforçou ainda, que ele é o mandante do crime. Kleverton foi preso em flagrante e encaminhado para Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac-Centro). Desta forma, a motocicleta usada no dia do crime foi apreendida em uma residência no bairro Aero Rancho e foi constatado que no sistema policial é considerada como furtada no dia 10 de abril deste ano. Já "Jacaré", Nicollas e o motorista de APP foram presos e encaminhados para Delegacia de Polícia Civil de Campo Grande.
Durante a coletiva de imprensa desta segunda-feira (6), o comandante do Batalhão de Choque da Polícia Militar, tenente-coronel Rigoberto Rocha, o motivo do crime ocorreu por conta de dívida de tráfico de drogas. "O motivo é divida de drogas entre os traficantes, o alvo (Pedro Henrique) estava devendo para o mandante do crime. Infelizmente, os dois inocentes acabaram morrendo de forma brutal".
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