Defesa afirma que ex-assessora não fugiu do local nem estava embriagada
Jornalista foi presa na noite de ontem após atropelar motoentregador no Rita Vieira
O advogado de defesa da ex-assessora da Prefeitura, Lidiane Kober nega as acusações de que a jornalista teria evadido do cruzamento entre ruas Márcario Alves com a Antônio Alves da Silva. após atropelar motoentregador na noite deste domingo, 6 de novembro. Conforme Luiz Gabriel Luna, Lidiane afirmou não estar embriagada no momento do acidente. O motociclista sofreu fratura no tornozelo e aguarda cirurgia na Santa Casa de Campo Grande (MS).
De acordo com o depoimento da jornalista ao qual o Diário Digital teve acesso, Lidiane seguia pela via em Hyundai Tucson quando, no cruzamento das ruas Márcario Alves com a Antônio Alves da Silva, atropelou o motociclista. A autora estava com o namorado, a filha dela, de 7 anos, e sobrinhas, de 6 e 16 anos, e evadiu do local após o acidente. Ainda, conforme o registro policial, a ex-assessora da Prefeitura declarou aos policiais que foi para casa após o atropelamento após ser ameaçada por populares no local.
Imagens de câmeras de segurança de residências locais capturaram o momento do acidente. Pela filmagem, é possível notar o motociclista trafegando pela via, na preferencial. No cruzamento, é atingido pelo carro da jornalista, que não respeita a preferência do motoentregador.
Câmeras de segurança capturaram a colisão - (Vídeo: Reprodução/Arquivo Pessoal)
Segundo o advogado, Lidiane ficou todo o momento no local do crime. “De fato ela não se evadiu do local, mas sim ficou o tempo todo lá. A evasão não aconteceu, nem omissão de socorro”, relata Luiz Gabriel Luna. Ainda, explica que a jornalista não realizou o teste do bafômetro dentro de seu direito constitucional. “É um direito constitucional de não fazer prova contra ela mesma. Garante que não bebeu, nem que estava embriagada”.
No depoimento fornecido à Polícia Civil durante a madrugada desta segunda-feira (7), Lidiane afirmou ter participado de almoço na casa de familiares no domingo, no Bairro Rita Vieira, e que teria ingerido “talvez duas cervejas” na confraternização. Ainda, conta que, por volta das 20h, ao retornar para casa, transitava em velocidade compatível com a via quando atropelou o motociclista em cruzamento sem sinalização aparente. A Reportagem foi ao local e comprovou a ausência de indicativo de preferência no local.
Quanto à fuga do local, a parente da vítima afirma que o namorado da jornalista, que estava com ela durante a colisão, pediu para ela ir embora para que ele resolvesse a situação. “Depois de um tempo, a mãe dele também foi ao local e tirou ele de lá. Foi depois de um bom tempo que eles retornaram”, afirma. Também relata que o casal retornou ao cruzamento do Rita Vieira após “um bom tempo” em carro de aplicativo de corrida.
Lidiane confessou à Polícia Civil que teria ido para sua residência na Vila Morumbi. De acordo com o depoimento, saiu do local após série de ameaças. “Várias pessoas começaram a se aglomerar no local e falar de forma ameaçadora e como sua filha e sobrinhas estavam no carro, decidiu ir para casa, enquanto Gabriel [namorado] permaneceu no local até a chegada do socorro”, descreve registro policial.
Vídeos captados por populares mostram o momento em que a jornalista sai do local. O veículo modelo Tucson aparece com o vidro do para-brisa frontal danificado pelo impacto. Na tentativa de fuga, a jornalista quase atropela popular.
(Vídeo: Arquivo Pessoal)
Prisão - Conforme o advogado de defesa, Lidiane foi presa em decorrência de evidências. “Os policiais acharam que tinham evidências de alcoolemia, mas ela garante que não tinha”, afirma. Luiz Gabriel Luna comenta, também, que a prisão em flagrante pode ser derrubada ainda nesta segunda-feira, por meio de pedido de liberdade provisória efetuado pela defesa.
A jornalista segue presa e deverá passar por audiência de custódia entre hoje e esta terça-feira (8). Quanto ao motociclista, foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) acionado por populares, encaminhado para a Santa Casa de Campo Grande e aguarda por cirurgia. “Ele está na Santa Casa de Campo Grande e aguarda por cirurgia ortopédica. Meu irmão trabalha disso [motoentregador], é a única ferramenta de trabalho dele. Agora está impossibilitado. É revoltante isso”, declara a familiar.
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