Polícia

Defesa afirma que DNA de outro homem foi encontrado na casa de acusados

Sophia de Jesus Ocampo, de apenas 2 anos, foi morta após ser espancada e estuprada

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Marina Romualdo
Stephanie de Jesus da Silva estava presente na audiência (Foto: Luiz Alberto)

A 2° audiência de instrução e julgamento para esclarecer a morte da pequena Sophia de Jesus Ocampo, de apenas 2 anos de idade, ocorreu na tarde desta sexta-feira, 19 de Maio, na  1ª Vara do Tribunal do Júri, em Campo Grande (MS). Os réus Stephanie de Jesus da Silva, de 24 anos e, Christian Campocano Leitheim, de 25, estavam presentes. Porém, Christian não participou da reunião.

Para essa audiência, foram chamados como quatro testemunhas de acusação e outras 11 testemunhas de defesa. A primeira ser ouvida como acusação, foi a vizinha do casal, Elizangela Vianna, que relatou que havia percebido que a casa do casal era suja. "Quando eles se mudaram, já vieram com as crianças. Não conversavam com os vizinhos e a casa era suja. Como trabalho o dia todo, não era de conversar com eles. Mas, meu pai via que sempre havia pessoas festejando no local, na maioria eram homens".

"Estava de férias em janeiro e estava na frente de casa conversando com a minha cunhada, quando vimos a Stephanie saindo de casa com a Sophia no colo. Ela foi até a calçada e pediu para o motorista de aplicativo fazer o retorno e seguir para unidade de pronto atendimento (UPA). O corpo da menina estava para baixo, como se já estivesse sem vida e a mãe estava tranquila", contou Elizangela. Já o Christian ficou no portão.

Sophia, de 2 anos, foi morta após constantes agressões do padrasto (Foto: Arquivo Pessoal)

A agente de saúde da região, Laudiceia Amaral de Carvalho, destacou que foi apenas uma vez na casa de Sophia, no dia 11 de janeiro. "Quando cheguei estava apenas Christian e a filha mais nova do casal. A casa estava bem suja, quintal com fezes de cachorro e dentro da residência havia roupas em caixas. Perguntei sobre a carteirinha e, ele disse que não sabia onde estavam e já sobre onde estava a mãe, o mesmo disse que ela estava trabalhando". Após esse dia, a agente não retornou no local.

Já em relação as testemunhas de defesa, a primeira ser ouvida foi Micauane Amorim. Ela é a gerente da loja, onde a Stephanie trabalhava. "Ela faltava muito o trabalho por conta da filha Sophia, dizendo que ia levar a menina no posto. No dia da morte da Sophia, ela me mandou mensagem às 7h, dizendo que não iria. Pois, a filha estava passando mal. Já às 18h, eu mandei mensagem e ela me disse que a filha tinha morrido", relatou Micauane.

(Foto: Luiz Alberto)

"Stephanie era uma ótima funcionária. Apresentava um comportamento tranquilo, até que eu confiei nela e deixei as chaves da loja com ela. Porém, ela começou a faltar e estava pensando em demitir ela", salientou Micauane.

Em seguida, foi a vez da madrinha de Sophia e amiga da Stephanie, Cybelle Pires, relatar os fatos. "Ela era uma mãe presente, levava a Sophia para tomar vacina e ela nunca tinha me contato das agressões. O comportamento dela mudou quando se mudou do Jardim Columbia para a Vila Nasser. Eu mandava mensagem e ela não respondia, tinha pouco papo, se afastou completamente e até a feição dela havia mudado. Eu acredito que ela amava a Sophia, mas não teria coragem de matar. Já o Christian, acho que abusava e teria coragem de matar a pequena. A Stephanie foi omissa, pois, precisava falar o que estava acontecendo".

"No último dia que via Sophia, foi no dia 8 de janeiro. Ela estava feliz, tinha acabado de voltar da casa de avó paterna e não queria voltar para casa dela. Lembro que no dia ela almoçou bastante e depois ficou em um canto quietinha e, ela era uma criança alegre", destacou.

Por fim, a amiga de Stephanie, Hortência Brandão, contou que era muito próxima a ela. "A última vez que a vi foi no dia do aniversário do meu filho. Mandei convite semanas antes, mas ela disse que não podia ir, pois, estava sem dinheiro. Mas, afirmei que ela poderia ir com carro de aplicativo e que na volta, a deixava em casa. Os dias se passaram e ela começou a postar coisas estranhas nas redes sociais, eu perguntava o que tinha acontecido e ela mudava de assunto, não queria conversar".

(Foto: Luiz Alberto)

No dia do aniversário, ela disse que não iria pelo fato da Sophia ter caído e quebrado a perninha. Por volta das 19h, ela chegou na festa com o Christian e os filhos. Porém, ela não ficou nem uma hora no local", explica Hortência. Stephanie pediu para que amiga ficasse com a filha por 15 minutos, pois, teria ido comprar cerveja com o marido.

"Quando ela voltou, eles começaram a discutir e eu olhei para ela e perguntei se estava tudo bem e ela sinalizou com a cabeça dizendo que não estava nada bem. Em seguida, ela disse que ia embora e ele [Christian] foi pedindo o motorista de aplicativo e eles foram embora. Eu nem sei como eles conseguiram dinheiro para ir, mas foram. No dia seguinte, ficava perguntando para o que tinha acontecido, mas ela nunca me disse nada", finalizou Hortência.

Stephanie de Jesus da Silva e Christian Campocano Leitheim estão presos (Foto: Reprodução/Rede Social)

Defesa de Christian – Os advogados, Pablo Arthur Buarque e Willer Almeida, informaram que desde o início o cliente mantém dizendo que em nenhum momento cometeu o ato libidinoso e nenhum estupro contra a menina Sophia. "Desde o dia 03 de março, existe o laudo de DNA com comparativos e o laudo complementar neuroscopio e, foi constatado que o material genético da Sophia e do Christian deu negativo. Então, não foi localizado o material genético na menina do Christian".

Os advogados Willier Almeida e Pablo Arthur Buarque (Foto: Luiz Alberto)

"Outro ponto, é que foi localizado em um dos cômodos da casa uma manta que foi periciada. E, o resultado pegou a defesa de surpresa. Nela tinha o material genético de outro homem. A pergunta que fica é quem estuprou a menina Sophia?!", explicou Pablo Arthur.

Defesa de Stephanie – A acusada estava sendo defendida pela Defensoria Pública. No entanto, atualmente, os advogados Pablo Neves Chaves, Camila Garcia de Rezende e Katiussa do Prado Jara estão no caso. "Estamos estudando o processo e alinhando a tese de defesa. Por enquanto é só isso que podemos dizer, pois, provavelmente ainda vão surgir novas provas", relatou Pablo Chaves.

O advogado Pablo Neves Chaves (Foto: Luiz Alberto)

 

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