Coletor de recicláveis acusado de matar estudante vai a júri popular na quarta-feira
Danilo Cezar de Jesus Santos desapareceu no dia 5 de março e foi encontrado sem vida em terreno próximo à Orla Morena
O acusado de matar, Danilo Cezar de Jesus Santos, de 29 anos, vai a júri popular na manhã desta quarta-feira (20) no Fórum de Campo Grande. O coletor de recicláveis, Railson de Melo Pontes, vulgo "Maranhão", de 27 anos, contou que os dois estavam atrás de entorpecentes e discutiram devido a dinheiro.
De acordo com o delegado da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios (DEH), José Roberto de Oliveira, o trabalho da polícia iniciou a partir do momento que o boletim de ocorrência de desaparecimento foi registrado. Durante as diligências na região, com ajuda das câmeras de segurança, o cadáver foi encontrado no local.
Conforme a ocorrência, Danilo estava em casa noturna com os amigos no sábado (05) e amanheceu no local. Nas imagens, foi possível notar a vítima conversando com o autor em frente do estabelecimento e, em seguida, os dois saem em direção à Orla Morena.
Em depoimento, o coletor de recicláveis alegou que os dois estavam atrás de entorpecentes. No entanto, a vítima estava sem dinheiro suficiente para fazer a compra e ele teria emprestado o valor de R$ 50 para o estudante. Pois, o mesmo faria uma transferência via pix para o autor.
Durante o trajeto até o terreno baldio, Railson relatou que a vítima disse que teria perdido o dinheiro. Os dois discutiram e por conta disso não queria prejuízos. Indagado pelo delegado por estar em todo caminho até o terreno baldio juntos, ele não soube informar como Danilo perdeu o dinheiro.
Ainda de acordo com o depoimento, "Maranhão" disse que eles saíram da casa noturna e passaram em um comércio que fica próximo à Orla Morena. Por também não ter conseguido a droga no local, foram para o terreno baldio onde encontraram uma terceira pessoa que estava usando droga. Após o uso do entorpecente e outro indivíduo ter ido embora, o estudante teria tentando manter relação sexual com o autor.
"Estava fumando e ele tentou manter relação sexual. Ele abriu minha bermuda e eu não gostei das investidas. Eu agarrei ele pelo pescoço pela frente e o afastei", contou o autor para o delegado. Neste momento, ele viu que o celular da vítima estava próximo e como não queria prejuízo, quando Danilo virou de costas, o golpeou com um mata-leão e fugiu levando o aparelho celular. "Eu não queria matar. Desmaiei ele para conseguir pegar o celular", completou.
Indagado sobre ter mantido relação sexual com a vítima, Railson respondeu que não. Porém, em outro momento diz "creio" que não. "Que eu me lembre, não teve. Eu estava 'virado', dois dias amanhecido", finalizou. Após o crime, ao perceber que o celular era um aparelho modelo Iphone, o mesmo o jogou em um córrego que fica próximo onde o cadáver foi encontrado.
Perícia – Na quarta-feira (08), o cadáver de Danilo foi encontrado em um terreno baldio. O corpo foi localizado com a bermuda e a cueca abaixadas, com as partes íntimas a mostra e com um documento de identificação da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) em seu nome.
No relatório, foi destacado também que a vítima estava com lesões no joelho, compatíveis com ato sexual e uma lesão de traqueia em decorrência de constrição do pescoço. Além disso, foi encontrado o valor de R$ 20.
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