Polícia

Cezário diz que dinheiro apreendido durante operação do Gaeco são economias

Presidente afastado da Federação de Futebol de MS não compareceu ao interrogatório e vai se manter em silêncio

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Marina Romualdo
O advogado André Borges conversou com a imprensa em frente à sede do Gaeco (Foto: Luiz Alberto)

O presidente afastado da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul, Francisco Cezário de Oliveira, de 77 anos, que deveria depor nesta terça-feira (28) na sede do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) preferiu se manter em silêncio. Ele foi preso no dia 21 de maio durante a Operação "Cartão Vermelho" que foi deflagrada em Campo Grande, Dourados e Três Lagoas.

De acordo com o advogado de defesa, André Borges, foi apresentada ao Gaeco uma petição, na qual, resguarda o direito constitucional do silêncio. Diante disso, ele vai aguardar a denúncia do Ministério Público para prestar esclarecimentos à Justiça. "A defesa está tomando as providências para garantir a liberdade ele".

"Nesta primeira fase, ele vai usar o direito de ficar em silêncio. Pois, ele vai se defender e combater a acusação pelo fato de que o Cezário afirma que quando conseguir a liberdade vai conseguir provar e explicar, justificar tudo aquilo que foi apresentado até o momento. Até o momento, temos apenas uma investigação e desta forma, é preciso que seja apresentada uma denúncia para a partir disso combater a acusação", ressaltou Borges. Indagado se o cliente nega ou não o desvio de dinheiro, ele afirmou que até o momento ele relatou que não praticou nenhum crime. "Todas as provas serão apresentadas na Justiça. Inclusive, o dinheiro apreendido é fruto da economia dele e tudo será explicado no exato momento".

Em relação aos sobrinhos, Francisco Carlos Pereira, Valdir Alves Pereira e Umberto Alves Pereira, o advogado de Cezário informou que prestavam serviços para a Federação e, que eles tinham contato por conta disso. "Mesmo com tudo isso, ele se mostrou confiante e vai conseguir provar sua inocência em um momento oportuno sobre a investigação. Ele é advogado, então vai conseguir provar as justificativas". Já sobre o pedido de afastamento da entidade, André finalizou que o cliente está muito fragilizado e não tem qualquer condição de liderar a Federação.

Para finalizar, foi feito um pedido de liberdade para Cezário e para os demais presos. "Hoje ou até amanhã teremos uma resposta da Justiça sobre a liberdade, ou se eles vão se manter presos", finalizou Borges. O presidente afastado e outras 6 pessoas foram detidos durante a operação em Mato Grosso do Sul.

Segundo a investigação, as formas de desvio aconteciam frequentemente com saques da conta da Federação ou da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e, os valores não ultrapassavam a quantia de R$ 5 mil para não chamar atenção. Ao todo, os valores desviados no período de setembro de 2018 até fevereiro de 2023 foram mais de R$ 6 milhões de reais.

Francisco Cezário de Oliveira foi preso dentro de casa durante a ação do Gaeco (Foto: Enryck Sena)

A reportagem do Diário Digital apurou que os sobrinhos de Cezário, Francisco – estava com uma arma de fogo, Valdir e Umberto que tinham cargos na federação, também irão continuar presos. O filho de Umberto, Marcelo Gustavo, que era responsável pelo financeiro da entidade, também segue preso.

Além deles, o delegado de jogos da FFMS, Aparecido Alves Pereira e o gerente da TI, Rudson Bogarim Barbosa, também passaram por audiência e tiveram a prisão mantida pela justiça. Na data, foram cumpridos 7 mandados de prisão e 14 de busca e apreensão nas três cidades do Estado. Um desses mandados ocorreram na residência de Cezário.

Diante disso, os imóveis de familiares, a residência de Cezário e a sede da Federação passaram por busca policial. O advogado de defesa de Cezário, André Borges, afirmou que o presidente passou por audiência de custódia e continua preso. Contudo, ele por ser advogado, tem direito a cela especial. O presidente, estava no sétimo mandato e foi eleito para ficar no cargo até 2027. 
 

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