Polícia

CBF nomeia presidente interino após Franscisco Cezário pedir afastamento da Federação de Futebol do MS

Quem assume as funções é Estevão Petralla, ex-presidente do Operário, que atuava como vice-presidente da Federação

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Mateus Mundim e Ian Netto
À esquerda, Estevão Petralla, ex-presidente da Operário e atual presidente interino da FFMS; à direita Francisco Cezário, preso na Operação Cartão Vermelho (Imagem: Divulgação)

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) nomeio Estevão Petralla como presidente interino da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul, após Francisco Cezário pedir afastamento do cargo. Hoje mais tarde, Francisco Cezário deve passar por oitivas do Gaeco.

Cezário é alvo da operação "Cartão Vermelho", que investiga o desvio de dinheiro que seria destinado para o futebol sul-mato-grossense. Em nota emitida a imprensa, Cesário afirma que "a verdade dos fatos será demonstrada no curso das investigações e processo, até que provado a total legalidade dos atos praticados como Presidente da Federação de Futebol desde estado".

A CBF alega ainda que não há culpa formada e por razão disso ainda não é possível a destituição de Cezário do cargo, podendo somente afasta-lo das suas funções.

Quem assume é Estevão Petralla, ex-presidente do Operário, que atuava como um dos vice-presidentes da Federação de Futebol do Ms. Ele foi nomeado presidente na tarde do dia 27, após a Confederação emitir uma nota afastando Cezário das funções pelo prazo de 90 dias, deixando Estevão como presidente durante o período.

Em contra partida, nove times do estado realizaram um baixo assinado declarando que não aceitam Estevão Petralla como presidente interino da Federação, eles afirmam que vão buscar direito nos meios legais e cabíveis para impossibilitar a nomeação realizada pela CBF.

Até o momento, segundo o documento que o Diário Digital teve acesso, os seguintes clubes assinaram contra o presidente interino:

Abaixo-assinado de clubes de Mato Grosso do Sul contra a nomeação de Estêvão Petralla (Foto: Apuração Diário Digital)

Dourados Atlético Clube - DAC (Dourados)
Clube Desportivo Sete de Setembro - (Dourados)
Esporte Clube Comercial (Campo Grande)
Ivinhema Esporte Clube (Ivinhema)
Operário Caarapoense (Caarapó)
São Gabriel Esporte Clube (São Gabriel do Oeste)
Centro de Formação de Atletas Colorado – CEFAC-MS/ESQUERDINHA (Campo Grande)
Associação Atlética Portuguesa (Campo Grande)
Novo Futebol Clube (Campo Grande)

Interrogatório no Gaeco

Hoje, por volta das 14h15, Francisco Cezário, presidente afastado da Federação de Futebol, deve ser interrogado hoje por promotores do Gaeco, Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado.

Além disso, hoje quem também deve ser ouvido é Rudson Bogarim Barbosa, ele ocupava a função de gerente de TI (Tecnologia da Informação) da entidade. Além deles, outras cinco pessoas foram presas durante a "Operação Cartão Vermelho". 

Segundo a investigação, as formas de desvio aconteciam frequentemente com saques da conta da Federação ou da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e, os valores não ultrapassavam a quantia de R$ 5 mil para não chamar atenção. Ao todo, os valores desviados no período de setembro de 2018 até fevereiro de 2023 foram mais de R$ 6 milhões de reais.

A reportagem do Diário Digital apurou que os sobrinhos de Cezário, Francisco Carlos Pereira – estava com uma arma de fogo, Valdir Alves Pereira e Umberto Alves Pereira, que tinham cargos na federação, também irão continuar presos. O filho de Umberto, Marcelo Gustavo, que era responsável pelo financeiro da entidade, também segue preso.

Além deles, o delegado de jogos da FFMS, Aparecido Alves Pereira e o gerente da TI, Rudson Bogarim Barbosa, também passaram por audiência e tiveram a prisão mantida pela justiça. Na data, foram cumpridos 7 mandados de prisão e 14 de busca e apreensão nas três cidades do Estado. Um desses mandados ocorreram na residência de Cezário.

Todos o presos durante a operação Cartão Vermelho (Arte: TVMS Record)

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