Polícia

Caso Marielle: Ronnie Lessa e Élcio Queiroz são condenados

Julgamento terminou após dois dias de depoimentos emocionados, pedido de perdão de um dos réus e debates entre defesa e acusação

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Do Portal R7
Ronnie Lessa pediu perdão durante interrogatório (Foto: Felipe Cavalcanti/ TJRJ)

Mais de seis anos após o crime, os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram condenados pelo júri popular pelos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, nesta quinta-feira (31).

A juíza Lucia Glioche leu a sentença. Ronnie recebeu a pena de 78 anos, 9 meses e 30 dias de prisão. Já Élcio foi condenado a 59 anos, 8 meses e 10 dias de reclusão.

A Promotoria denunciou os réus por duplo homicídio triplamente qualificado, pela tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves e pela receptação do carro clonado usado no crime. O julgamento terminou após dois dias de depoimentos emocionados de familiares, interrogatórios dos réus confessos por videoconferência e debates entre defesa e acusação.

No primeiro dia, nove das oito testemunhas convocadas — seis de acusação e duas de defesa — prestaram depoimento:
Fernanda Gonçalves - assessora e sobrevivente ao ataque
Marinete da Silva - mãe da Marielle
Mônica Benício - ex-companheira da Marielle
Ágatha Arnaus - viúva de Anderson
Carlos Alberto Paúra Júnior - policial Civil
Luismar Cortelleti Leite - policial civil
Guilherme Catramby - delegado da Polícia Federal
Marcelo Pasqualetti - policial federal

Em seguida, começaram os interrogatórios dos réus. O primeiro a falar foi Ronnie Lessa. Ele pediu perdão às famílias das vítimas e à própria família pelo crime. Lessa disse que Marielle foi morta porque era “uma pedra no caminho” no loteamento de terrenos a milicianos. O assassino confesso afirmou que lhe ofereceram uma recompensa de R$ 25 milhões para cometer o crime. “Eu fiquei cego”, disse Lessa.

Já Élcio de Queiroz declarou que foi chamado por Ronnie para dirigir o veículo no dia do crime. No entanto, ele disse que só descobriu que participaria de um homicídio quando chegou ao local do evento onde Marielle estava e viu o comparsa preparando uma submetralhadora.

Familiares de Marielle e Anderson acompanharam o julgamento no 4º Tribunal do Júri (Foto: Brunno Dantas/ TJRJ)

Segundo dia de julgamento foi marcado pelo debate entre acusação e defesa
A Promotoria sustentou que a intenção dos réus era eliminar todos os ocupantes do veículo devido à atuação política de Marielle. Para comprovar a tese, foi mostrada a análise das trajetórias das balas.

Já a defesa de Lessa pediu que ele fosse condenado apenas pelos crimes cometidos, negando motivação política.

A advogada de Élcio tentou atenuar a culpa do cliente. A defesa disse que ele agiu a pedido de Ronnie, sem conhecer a vereadora.

O crime – A vereadora Marielle Franco foi alvo de um atentando a tiros na região do Estácio, central do Rio, no dia 14 de março de 2018. A parlamentar voltava de uma agenda na Casa das Pretas, na Lapa, quando teve o carro interceptado. Durante o ataque, o motorista Anderson Gomes também foi baleado e morreu. Já a assessora de imprensa Fernanda Chaves escapou sem ferimentos da rajada de tiros.

(Com informações do Portal R7)
 

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