Polícia

Casal é preso por chefiar quadrilha de estelionatários que faturou R$ 4 milhões na Capital

Organização criminosa fez 800 vítimas desde 2019; meta para 2023 era faturar R$ 5 milhões

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Victória Bissaco e Thays Schneider
Casal foi preso nesta manhã, na avenida Afonso Pena - (Foto: Reprodução)

Um casal, de 23 e 30 anos, foi preso nesta quarta-feira, 05 de julho, em Campo Grande (MS), acusados de chefiarem quadrilha de estelionatários que faturou mais de R$ 4 milhões em 2022. A organização conta com mais de 30 criminosos. A Polícia Civil estima que mais de 800 pessoas foram vítimas dos estelionatários na Capital.

Conforme apurado pelo Diário Digital, os criminosos desde 2019 aplicam o ‘golpe do consórcio’. Apenas no ano passado, o lucro estimado com os crimes foi de R$ 4 milhões em Campo Grande. Neste ano, 2023, a meta era de R$ 5 milhões, detalhou o delegado-titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo (Decon), Reginaldo Salomão.

Delegado-titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo (Decon), Reginaldo Salomão (Foto Luciano Muta)

As vítimas eram majoritariamente pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica. “Pessoas pobres, vitimadas pela pandemia. Estou falando de piscineiro, pedreiro, pessoas realmente humildes. Tem uma menina, de 20 anos, que descarrega caminhão. Eu fiz questão de olhar o celular dela. Demorou dois anos para juntar mil e poucos reais, porque precisa descarregar oito caminhões por dia e ainda sustenta a mãe”, explicou o delegado.

A organização criminosa também atua nos estados do Paraná e Mato Grosso. As duas pessoas presas nesta manhã são acusadas de comandar o esquema na Capital sul-mato-grossense. Em Campo Grande, os estelionatários possuíam diversos Cadastros Nacionais da Pessoa Jurídica (CNJPs) abertos.

Casal foi preso nesta manhã - (Vídeo: Reprodução)

O modus operandi da quadrilha consistia em induzir as vítimas a usarem as próprias redes sociais e aparelhos eletrônicos para comprar uma “carta de crédito” inexistente. Depois, habilitavam chip nos aparelhos celulares com DDD 011, de São Paulo, alegando ser procedimentos da Matriz, e prometiam a liberação de valores altos em até sete dias após os alvos realizarem a transferência de qualquer quantia de dinheiro, “sem levar em consideração se o pagamento foi baixo ou se a vítima tinha restrição no nome”.

Vitoria Chaparro presa pela polícia (Foto Luciano Muta)

A Decon estima que mais de 30 pessoas estejam envolvidas no estelionato. Destas, apenas o casal foi preso. O delegado Reginaldo Salomão esclareceu que os estelionatários enrolavam as vítimas. “Diziam que esse dinheiro uma hora chegava e estava na Matriz. Então, a pessoa acabava desistindo”. A ação também envolve participação da Secretaria de Orientação e Defesa do Consumidor (Procon-MS).

Acusado Frederico Nardson (Foto Luciano Muta)

Dentre os itens apreendidos, está um veículo de uma marca de luxo Land Rover. “Tiravam das pessoas menos assistidas, com mais dificuldade, para ficar comprando Land Rover, indo a hotéis de luxo no Rio de Janeiro”, detalhou. Para o titular da Decon, a prisão é “justa, justíssima”. Reginaldo Salomão pontua que a Justiça de Mato Grosso do Sul “está de parabéns” por optar pela detenção do casal envolvido no estelionato. “Tanto nós da Decon quanto o Procon podemos dormir tranquilos”, disse.

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