Ataque da polícia em retomada Guarani e Kaiowá deixa nove feridos
Dos 11.401 hectares delimitados como Terra Indígena, ocupam apenas 50 hectares

Ataque da Tropa de Choque da Polícia Militar contra os Guarani e Kaiowá, ocorreu durante toda a manhã de sexta (17), na retomada da Fazenda Ipuitã, sobreposta à Terra Indígena Guyraroká, em Caarapó.
De acordo com o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), foram confirmados quatro indígenas feridos com tiros de balas de borracha, sendo três mulheres e uma jovem de 14 anos, e pelo menos cinco pessoas intoxicadas devido a fumaça das bombas de gás, entre elas duas grávidas.
Confira vídeo gravado pela Comunidade Guyraroká do ataque sob escolta da polícia militar, veja a seguir:
Tratores da fazenda avançaram sob escolta policial, afim de realizar o plantio em uma lavoura de monocultivo, acompanhados de drones. O bloqueio da estrada vicinal, que atravessa a retomada, por parte dos indígenas estava sendo realizado desde quinta (16), para impedir a entrada do maquinário.
A retomada na área da fazenda, em 21 de setembro, visa impedir a pulverização de agrotóxicos. Denúncias de veneno jogadas sob as casas, Casa de Reza e escola indígena, destroem os cultivos de doações de sementes crioulas para a retomada.
De acordo com os indígenas, além de colaborarem com a entrada do maquinário, atirou contra a comunidade e lançou bombas de gás.
“Nos cercaram. Iam avançando e os tratores juntos. Atiraram em mulheres, idosos. A tropa avançava junto com o trator”, conta indígena.
A comunidade recuou da estrada para um outro ponto da retomada.
A área ocupada pelos indígenas das etnias Guarani e Kaiowá é de apenas 50 hectares da Terra Indígena identificada e delimitada com 11.401 hectares, onde a fazenda está sobreposta. Em processo relatado pelo ministro Gilmar Mendes, em 2014, a Segunda Turma do STF declarou a nulidade do procedimento administrativo da TI. A comunidade recorreu à própria Corte e seguem aguardando julgamento do processo.
O Ministério dos Povos Indígenas, por meio de nota, informa que vem acompanhando a situação, juntamente com a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), busca junto com as lideranças locais buscar soluções do impasse.
Ainda, o Ministério afirma que repudia todos os atos de violência contra indígenas e que os órgãos responsáveis para garantia da segurança das comunidades serão acionados.
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