Polícia

Após alta hospitalar, mulher agredida pelo ex-marido quer justiça

Sarah, vítima de agressões brutais, em São Gabriel do Oeste, quer justiça e segurança para os filhos

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Roberta Martins
Sarah está com o braço quebrado e muitas lesões no corpo e cabeça. (Foto: arquivo pessoal)

Sarah Portugal, de 26 anos, ainda se recupera das graves lesões causadas pelas agressões sofridas nas mãos de seu ex-marido, Lucas Nascimento, de 40 anos. O caso aconteceu no último dia 15, em São Gabriel do Oeste, onde Sarah foi brutalmente espancada pelo ex-companheiro em um bar de sua propriedade, após uma discussão.

Em entrevista exclusiva ao Diário Digital, Sarah relatou o pesadelo vivido durante a agressão e as consequências da violência, que a deixou desacordada por dois dias no hospital. Após acordar, ela deu entrada no boletim de ocorrência e passou a buscar justiça. “O que eu mais quero agora é que a justiça seja feita, seja pelas mãos dos homens ou de Deus. Quero criar meus filhos em paz, sem medo, e trabalhar para sustentar a minha família”, afirmou.

A agressão aconteceu na frente de seus filhos, incluindo um de 2 anos e outro de 4 anos, que é autista. Sarah descreveu como Lucas usou um taco de sinuca e as próprias mãos para espancá-la, mesmo após ela cair ao chão. A violência foi presenciada pelas crianças, o que deixou Sarah ainda mais angustiada. “Eu pedia para ele parar, mas ele não parava. Meus filhos viram tudo. Isso não pode ficar impune”, disse, emocionada.

Sarah foi casada com Lucas por sete anos e tem quatro filhos, três deles frutos do relacionamento. Ela revelou que a convivência sempre foi marcada por episódios de violência, tendo registrado duas medidas protetivas no passado. Contudo, devido à dependência financeira, ela acabava retornando ao lar, já que Lucas não pagava pensão e a impedia de trabalhar.

A agressão resultou em traumatismo craniano, além de fraturas no braço e outros ferimentos graves. Sarah foi socorrida em estado grave para a Santa Casa de Campo Grande, onde permaneceu internada por seis dias. Durante esse período, ela ficou desacordada por dois dias. Ao acordar, Sarah questionou seu pai sobre o andamento do boletim de ocorrência, já que ele não havia registrado na hora. “Minha família estava mais preocupada com a minha saúde, mas meu pai não registrou o boletim de ocorrência na hora. Fui eu quem dei entrada no processo depois, junto com os documentos médicos”, explicou.

Sarah recebeu alta hospitalar ontem, dia 20, e agora está aos cuidados de sua tia, que tem lhe oferecido apoio emocional e físico nesse momento difícil. No entanto, ela está preocupada com o paradeiro de seus filhos. Lucas, após a agressão, levou os três filhos para sua casa, e Sarah tem recebido informações sobre a situação apenas por terceiros. “Ele pegou meus filhos. Eu não sei onde eles estão direito. Só sei por meio de terceiros. Isso me angustia muito, porque eu não tenho certeza de como eles estão. Eu preciso saber que meus filhos estão seguros”, afirmou.

Além disso, Sarah revelou que, após sua alta do hospital, Lucas ainda não procurou por ela. “Ele ainda não veio atrás de mim. Eu só quero minha paz, a segurança dos meus filhos e justiça pela violência que sofri”, disse.

Lucas Nascimento se apresentou à polícia acompanhado de seu advogado e negou as acusações, alegando que a vítima teria se ferido acidentalmente durante a briga. No entanto, a versão dele é contestada por Sarah, que continua firme na sua luta por justiça. O caso segue sendo investigado pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM), que apura as circunstâncias da agressão.

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