Polícia

1º feminicida de 2023 em MS tem prisão convertida em preventiva

Autor convivia com a vítima há cerca de 17 anos e a assassinou durante discussão

|
Victória de Oliveira e Thays Schneider
Delegada Elaine Benicasa - (Foto: Luciano Muta)

Hércules José Andrade Soares, de 41 anos, preso em flagrante na última sexta-feira, 13 de janeiro, após matar a companheira Claudineia Brito da Silva, de 49 anos, a facadas, teve a prisão em flagrante convertida para preventiva. O autor convivia com a vítima há cerca de 17 anos e a assassinou durante discussão. Esse é o primeiro caso de feminicídio em Mato Grosso do Sul registrado nos primeiros 13 dias do ano.

A delegada da da 1ª Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), Elaine Benicasa explica que Hércules informou familiares sobre o ocorrido. “Um primo e uma tia do autor confirmaram que o próprio autor disse que o casal ingeria bebidas alcoólicas no dia do crime. De acordo com ele, a vítima teria desferido um tapa em sua face, então ele se apossou de uma faca e desferiu o corte fatal no pescoço dela. De imediato, foi pedir ajuda para o primo e a tia, que moram próximos ao local”, relata.

À esquerda, Elaine, e a direita, Hércules, já preso - (Foto: Arquivo/DD)

Os parentes compareceram à residência no Bairro São Francisco e esperaram junto ao autor a chegada do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar, que o prendeu em flagrante. “Ele então foi preso pelo crime de feminicídio. A princípio, ela foi socorrida com vida, mas horas depois foi constatado seu óbito”, explica a delegada.

O autor possuía boletins de ocorrência pelo crime de violência doméstica, tanto em desfavor de Cláudia, registrado em 2018, quanto contra outras companheiras. Conforme a delegada, Hércules demonstrou arrependimento após o feminicídio,

1º feminicídio de 2023 - O assassinato de Cláudia é o primeiro caso de feminicídio registrado em 2023 em Mato Grosso do Sul. Apenas no ano passado, o estado fechou o total de registros do crime com 44 mulheres assassinadas por companheiros e ex-conviventes. Em Campo Grande, 12 mulheres morreram por serem mulheres.

Segundo a Subsecretária de Políticas Públicas para Mulheres (SPPM), o feminicídio ocorre quando a mulher é assassinada por questões de gênero e o crime envolver violência doméstica ou familiar, bem como menosprezo ou discriminação à condição de mulher. As motivações mais recorrentes para o crime são o ódio, o desprezo ou o sentimento de perda do controle e da propriedade sobre as mulheres.

Delegada reforça importância de registro dos casos - (Foto: Luciano Muta)

A delegada Elaine Benicasa reforça que as vítimas podem registrar o boletim de ocorrência contra os tipos de violência como um mecanismo de defesa. “É importante, também, pedir a medida protetiva, porque vidas são salvas”, afirma. A delegada ressalta que a 1ª Deam apresenta 100% de resolução dos casos de feminicídio.

Desde 2015, quando a Lei 13.104/2015, conhecida como ‘Lei do Feminicídio’, entrou em vigor no Estado, o cenário de casos de feminicídio é o maior antes do encerramento do ano. Em 2020, Mato Grosso do Sul fechou os 12 meses do ano com o registro total de crimes de feminicídio atendidos até o mês de novembro de 2022. Foi, até o momento, o ano com maior casos de mulheres mortas nos sete anos em que a lei vigora.

Veja Também

Suspeitos de duplo homicídio prestam depoimento e são liberados

Mulher denuncia a própria irmã por incêndio em residência após discussão

Após comprar notebook por R$ 1,3 mil, homem é preso por receptação

Ladrão atola carro em lamaçal e acaba preso pela polícia