Polícia

15ª vítima de feminicídio em MS era ameaçada pelo ex-marido preso

Maurília Sartori ficou 13 dias internada após ser baleada a mando do ex e morreu ontem

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Victória Bissaco
Maurília Sartori Marques, de 27 anos, foi assassinada a mando do ex - (Foto: Redes Sociais)

Maurília Sartori Marques, de 27 anos, a 15ª vítima de feminicídio em Mato Grosso do Sul neste ano, sofria ameaças do ex-marido e mandante da execução dela. O homem atualmente cumpre pena em regime fechado e contratou homem, preso no dia 13 de julho, para matá-la. A jovem ficou 13 dias internada e morreu nesta terça-feira (25).

As investigações da Polícia Civil revelaram que o ex-marido ameaçava Maurília Sartori por não aceitar o fim do relacionamento e por razões econômicas. Alguns dias antes de ser morta, a vítima assumiu uma nova relação amorosa. No dia da execução, 12 de julho, a vítima estava em uma casa na rua Matias Francisco Arruda, no bairro Durval Andrade Filho, quando foi surpreendida pelo atirador.

O homem contratado pelo ex-marido dela efetuou três disparos contra a vítima e fugiu do local. Um dos tiros, conforme apurado, atingiu a boca de Maurília Sartori. Ela foi socorrida em estado grave para o Hospital Regional e transferida para o Hospital da Vida, em Dourados.

O atirador foi capturado um dia depois, após análise de mensagens telefônicas apresentadas e do depoimento de uma testemunha presente no momento do crime. As investigações prosseguem para identificar outros possíveis envolvidos e intermediadores no contato entre o ex-companheiro da vítima, suspeito de ser o mandante do crime, e a própria vítima.

Apenas neste mês - Ontem, a jovem Maurília teve a morte encefálica declarada pela equipe médica. Ela é a 5ª mulher assassinada apenas neste mês em Mato Grosso do Sul no âmbito do feminícidio. Em todos estes casos, os autores foram companheiros, atuais ou ex, das vítimas. O segundo semestre do ano foi aberto com o assassinato brutal de Natali Gabrieli da Silva de Souza, morta pelo companheiro Cleber Correa Gomez após discussão. O caso ocorreu em 1º de julho na Capital.

Pouco mais de uma semana depois, em 09 de julho, o corpo de Rocio Jazmin Espindola, de 29 anos, foi encontrado ferido com golpes de tijolo na cabeça e carbonizo em residência abandonada de Naviraí. O autor Mateus de Souza Bento, de 22 anos, confessou o crime e foi preso 10 dias depois, no Paraná.

A terceira vítima foi Zenilda Freitas, de 43 anos, assassinada a facadas pelo marido Ireno Ledesma na aldeia Limão Verde, em Amambai (MS). O homem passou por audiência de custódia e ficará preso preventivamente. 

Natali, Rocio e Adriana estão entre as vítimas - (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

O caso mais recente antes de Maurília vir a óbito foi o feminicídio de Adriana Pereira, de 36 anos, morta na frente da filha, de apenas 9 anos, pelo ex-marido Júlio César Miranda dos Santos, de 39 anos. Ontem (25), entregou-se à Polícia Civil de Anastácio após ficar dois dias foragido. 

Desde o início do ano, Mato Grosso do Sul registra 15 feminicídios. No mesmo período do ano passado, o Estado atingiu a fatídica marca de 28 mulheres mortas por serem mulheres. No ano todo, foram 44 vítimas deste crime.

Não se cale - A Subecretaria Municipal de Políticas para as Mulheres (Semu) do Governo do Estado incentiva mulheres vítimas de violência doméstica, ameaça ou perseguição a denunciarem os autores. Mulheres em situação de violência doméstica ou familiar podem denunciar os agressores de maneira anônima e segura. As denúncias podem ser realizadas na Central de Atendimento à Mulher, por meio do telefone 180, um serviço do governo federal, que funciona 24h, todos os dias, onde são prestadas informações, orientações e feitas denúncias.

Em situações de urgência e emergência, quando uma agressão estiver acontecendo, ligue 190. Ainda, todas as unidades da Polícia Militar e as Delegacias de Polícia Civil do Estado estão aptas a receber/orientar mulheres em situação de violência.

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