Funcionários do Hospital Universitário entram em greve após quatro anos sem reajustes salariais
Atendimentos seguem na unidade hospitalar, porém com quadro de funcionários reduzido
Funcionários do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (HUMAP-UFMS) anunciaram na manhã desta segunda-feira, 26 de setembro, greve por tempo indeterminado. A paralisação ocorre após quatro anos de negociações salariais frustradas e o atendimento será realizado com equipe reduzida.
O secretário-geral do Sintsep (Sindicato dos Servidores Públicos Federais em Mato Grosso do Sul), Wesley Cássio Goully afirma que as tratativas entre o Governo Federal e os funcionários do Hospital Universitário foram problemáticas em diversas vezes. “Essa negociação foi muito dura, muito pesada para gente, porque em alguns momentos o Governo ofereceu até absurdamente uma redução salarial através da diminuição da nossa insalubridade. Isso seria um valor extremamente impactante no salários dos trabalhadores da saúde do Hospital Universitário. A partir dessa falta de proposta, que fosse decente e justa com os trabalhadores, a gente decidiu entrar em greve por tempo indeterminado”, explicou
Goully reforçou, ainda, que não existe um período previsto para o término da greve, e que a paralisação só deve chegar ao fim quando o Governo Federal oferecer uma proposta justa de reajuste salarial. O Tribunal Superior do Trabalho (TST) organizou a paralisação de modo que o HUMAP-UFMS continuasse os atendimentos, mesmo que com quadro reduzido. O secretário-geral reforça que 60% da área assistencial e médica, bem como 50% da administrativa, seguem os cuidados com a população.
“Os profissionais têm o compromisso em manter a saúde e restabelecer a vida dos nossos usuários internos e das atividades essenciais que vierem a aparecer nesse período de greve. Então 100% das atividades hospitalares aqui do Hospital Universitário não vamos parar, mas a gente vai diminuir consideravelmente”, destaca Wesley Goully.
O reajuste salarial está previsto para ocorrer no mês de março de cada ano. A situação nos Hospitais Universitários ao redor do país é inversa, e desde 2019 funcionários não recebem melhorias salariais. A paralisação mobiliza diversos funcionários vinculados à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), vinculada ao Ministério da Educação (MEC), com a finalidade de prestar serviços gratuitos de assistência médica à população.
Funcionários levantam cartazes em frente ao Hospital Universitário da UFMS - - (Foto: Divulgação/Sintsep)
“Esperamos que esse movimento de todos os Hospitais Universitários do país, vinculados a rede Ebserh, faça com que o Governo [Federal] se sensibilize e entenda que é o momento de negociar, que nosso pedido não é absurdo. São quatro anos sem reajustes. A gente merecia o mínimo de consideração depois dos trabalhos prestados durante a pandemia, onde lutamos o máximo possível para restabelecer a vida das pessoas”, explica o secretário-geral do Sintsep.
HUMAP-UFMS - O Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap) atua há mais de 45 anos na prestação de atendimento médico gratuito à população sul-mato-grossense. Em janeiro, conquistou o primeiro lugar no ranking das instituições federais mais elogiadas do Brasil, de acordo com a Controladoria Geral da União (CGU).
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