Plantão Saúde

Ambulatório oferece fisioterapia gratuita a pessoas com sequelas pós-covid e comorbidades

Profissionais ajudam a retomar qualidade de vida após problemas cardiorrespiratórios

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victoria oliveira
Fisioterapia pós-Covid (Foto: Luciano Muta)

"Quando cheguei aqui, eu tinha muita fraqueza, não parava nem sentada. Não tinha apetite, não dormia direito, sabe? Mas agora eu estou bem, como bem, saí até da cadeira de rodas", comemora Antônia Rolon Velasque, de 77 anos, após receber, por cerca de oito meses, o tratamento oferecido pelo Ambulatório de Reabilitação da Fundação Manoel de Barros (FMB). O projeto é destinado para a recuperação de pessoas de baixa renda que necessitem de atendimento fisioterapêutico para problemas cardiorrespiratórios pós-covid ou outras doenças.

Com uma profissional da fisioterapia e duas estudantes da área, os pacientes debilitados recebem treinos aeróbicos e voltados para o fortalecimento com resultados positivos na devolução da qualidade de vida de pacientes com sequelas pós-covid ou comorbidades cardiorrespiratórias decorrentes de outras doenças.

A fisioterapeuta Adriane Possari ressalta que o tratamento estimula várias áreas dos debilitados. "Nós trabalhamos também com grupos. Então, depois que o paciente já suspendeu todos os testes e etapas, nós fazemos um trabalho mais aeróbico com cinco ou seis pessoas. Isso é importante até para a socialização e, consequentemente, para o retorno da qualidade de vida, que é o que a gente busca", conta.

Adriane Possari é a fisioterapeuta responsável pelo projeto - (Foto: Luciano Muta)

Os exercícios são para a reabilitação cardiorrespiratória e fortalecimento de membros superiores e inferiores. A reabilitação cardiopulmonar envolve desde treinos aeróbicos, fortalecimento muscular, equilíbrio até o fortalecimento da musculatura respiratória. Até ano passado, o ambulatório atendia somente pacientes com sequelas decorrentes da doença causada pelo coronavírus, mas a FMB viu a necessidade de expandir o público para quem possui comorbidade relacionadas a outras enfermidades.

Os atendimentos contam com estudantes do curso de fisioterapia da Uniderp, em razão da parceria criada entre a Fundação e a Universidade. As estagiárias são contratadas pela FMB para atuar no projeto. Para a estudante da área, Patrícia Cristina Bandiera o ambulatório também é uma maneira de colocar em práticas as teorias do curso. "Eu tenho um paciente no momento e é bom ter contato com a área, para ir adquirindo conhecimento de várias especialidades", diz.

Adriana e as estudantes Patrícia, à esquerda, e Isabel, à direita - (Foto: Victória de Oliveira)

Ao acompanhar o atendimento, é possível ouvir a estagiária, Isabel Talita de Araújo desferir palavras de estímulo à Antônia, a paciente idosa em reabilitação citada no início da matéria. "O incentivo é super importante para os pacientes. Então ficamos o tempo todo falando que eles conseguem, que estão indo bem. É interessante para eles receber essa motivação", explica Adriana.

Conforme o diretor da FMB, Marcos Henrique Marques, o Ambulatório de Reabilitação da Fundação Manoel de Barros possui apoio da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) e da Uniderp e traz qualidade de vida aos pacientes, "O objetivo é tentar devolver a acessibilidade e a comorbidade que a pessoa perdeu devido a doenças. Nós temos a história de uma senhora que era diarista e fazia limpeza em duas a três casas por dia para sustentar a casa. Depois da Covid, ela não conseguia nem varrer um quarto", lembra.

Diretor da FMB, Marcos Henrique Marques - (Foto: Victória de Oliveira)

Fora a saúde, a FMB conta com atividades na área da assistência social, arte e cultura e pesquisa e ensino que podem ser acessadas pela população, afirma o diretor. A instituição sem fins lucrativos funciona em instalações cedidas pela Uniderp, na Avenida Ceará, mas é a total responsável pelos serviços oferecidos.

Adriana reforça que todas as pessoas que necessitarem de reabilitação fisioterapêutica em decorrência de sequelas pós-covid ou de comorbidades podem buscar a Fundação para receber o atendimento. "É só entrar em contato com a nossa secretaria que um horário vai ser agendado conforme a disponibilidade", ressalta a fisioterapeuta.

Depois do agendamento, o paciente passa por um período de avaliação - em média dois dias - para que as fisioterapeutas avaliem a gravidade e planejem as sessões, e, então, iniciem as técnicas de tratamento.

Melhoria

Para a família, dona Antônia, como é chamada pelas profissionais, apresentou melhoras significativas. Eles procuraram o atendimento depois de a idosa contrair Covid-19, em julho de 2021, e Chikungunya dias depois. A filha da idosa, Arlinda Rodrigues dos Prazeres, de 53 anos, contou que a mãe passou por momentos complicados.

"Ela ficou muito mal. Não conseguia nem andar. Nós ficamos com muito medo, e foi ouvindo rádio que escutamos sobre o projeto, ligamos e colocamos o nome na lista de espera. Depois de oito meses de tratamento, minha mãe consegue coisas que tinha deixado de fazer pelas doenças", relatou.

Arlinda Rodrigues dos Prazeres comemora a melhora da mãe - (Foto: Luciano Muta)

A filha conta que a família passou por momentos de temor em perder a mãe, em razão de a idosa ser do grupo de risco de contaminação da Covid-19, mas relata que a paciente havia tomado as duas doses da vacina contra a doença e apresentou sintomas leves para a infecção. Ela ressalta, ainda, a importância do imunizante e acredita que, sem ele, a mãe teria o caso agravado.

Antônia espera que mais pessoas procurem os profissionais do ambulatório. "Eu falo que quem está com alguma dificuldade tem que vir. São pessoas maravilhosas e eu estou voltando a fazer o que eu fazia graças a eles", afirma.

Serviço - Os atendimentos são realizados de segunda a sexta-feira, no período matutino, a partir das 7h30, na Fundação Manoel de Barros, localizada na Avenida Ceará, número 119, Bairro Miguel Couto.

Agendamentos e mais informações sobre o Ambulatório de Reabilitação da Fundação Manoel de Barros pelo telefone (67) 99613-3710.

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