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Unidades da Polícia Militar recebem nomes de policiais mortos em serviço

Foram renomeadas 35 unidades da PM, entre elas o centenário 1º Batalhão, na Capital

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Redação
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Cabo Andrade e Soldado Marcelle serão homenageados (Fotos: Reprodução)

Há quatro dias, 35 militares mortos em serviço ou que tiveram significativa atuação na Polícia Militar estão eternizados nos nomes de Batalhões, Esquadrão Independente, Companhias Independentes e Unidades Escolas da PM de Mato Grosso do Sul. A denominação histórica foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE), desta terça-feira (1º), e é lei sancionada pelo governador Reinaldo Azambuja, no dia 31 de agosto.

Conforme a Polícia Militar, os nomes foram sugeridos pelos integrantes de cada uma das unidades, os colegas de corporação, como uma forma de valorizar e reconhecer o trabalho do policial que serviu naquele local. Por de trás de cada “substantivo próprio”, vidas, sonhos e memórias deixadas.

 Em Mato Grosso do Sul, a história começou com o 1º Batalhão de Polícia Militar, atualmente com sede no centro de Campo Grande. A unidade mais antiga do Estado, com 103 anos, foi criada após Decreto nº 8 de 2 de junho de 1917, onde o então governador de Mato Grosso, Camilo Soares de Moura, reorganizou a Força Pública do Estado.

1º Batalhão de Polícia Militar no Centro de Campo Grande (Foto: Marco Miatelo)

Com a nova denominação, passou a ser "Batalhão Coronel PM Benedito Campos Couto", chefe de polícia na década de 1970. O oficial foi assassinado por comandar uma investigação sobre homicídio que ocorreu em Terenos (MS), referente à posse de terras naquela região. O nome foi dado ainda na época, durante construção do Comando Geral no Parque dos Poderes, quando ao lado foi construído o 1º BPM.

“Substantivo próprio” – Dentro da morfologia, parte da gramática que estuda as palavras, o substantivo próprio é o nome que individualiza um ser, o distingui dos demais.  Marcelle chama atenção na lista, sendo a única mulher.

Vítima de um acidente fatal, em um passado não tão longínquo como a história do centenário 1º Batalhão, o nome da soldado Marcelle Cristine da Silva Marques, agora é também o do 10º Batalhão de Polícia Militar, responsável pelo policiamento de toda região do Anhanduizinho, na Capital.

Marcelle morreu em um acidente na volta para casa, depois do plantão (Foto:Divulgação/PMMS)

Aos 27 anos, na madrugada de 9 de setembro de 2017, Marcelle morreu ao bater o carro contra uma árvore, quando retornava para sua residência após sair de serviço. Dedicada, alegre, companheira, foi assim que os colegas de farda a descreveram na época, inconformados com o misto de saudade e dor que a partida precoce deixou.

De Sorocaba, interior de São Paulo, Marcelle era fisioterapeuta e ingressou no Curso de Formação de Soldados da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, em 2014. Formou-se na polícia em 2015, na cidade de Três Lagoas. Serviu em Ponta Porã até vir para Campo Grande, no 10º BPM, onde atuou na Agência Local de Inteligência (ALI) e na Força Tática.

Sair de casa, sem saber se vai voltar é um risco diário que todo policial está disposto a correr quando escolhe atuar na linha de frente para proteger a sociedade. No caso de Ronaldo Correia de Andrade, ele também teve sua história interrompida, durante a volta do trabalho.

Cabo da PM, Ronaldo foi morto aos 35 anos, depois de ser atropelado por um motorista que furou a preferencial e atingiu a motocicleta pilotada por ele. Com 12 anos de carreira, Andrade entrou na polícia em 2004, na cidade de Jardim. Por lá ele ficou até 2006, quando foi transferido para o 10º Batalhão da PM e permaneceu até setembro de 2013.

Cabo Andrade tinha 12 anos de carreira na Polícia Militar (Foto:Divulgação/PMMS)

Depois disso, o policial foi para o DOF (Departamento de Operações de Fronteira). Estava lotado na Força Tática do 10°BPM e há menos de uma semana do acidente tinha sido inscrito no Curso de Formação de Cabos. O cabo iria se apresentar no GECAM (Grupamento Especializado com o Apoio de Motocicletas), mas não teve a chance. Deixou esposa, filha e também o sonho de seguir na carreira da polícia.

Assim como todos os homenageados, “por conta dos ótimos serviços e por ser exemplo de policial para a instituição no tempo que permaneceu, foi escolhido para dar nome a unidade”, informou a assessoria de comunicação da PMMS.

“VI - fica denominada a 6ª Companhia Independente de Polícia Militar, com sede em Campo Grande (MS), de "Companhia Independente Cabo PM Ronaldo Correia de Andrade", traz a publicação em Diário Oficial.

Veja a publicação da lei na íntegra, com as denominações, no Diário Oficial do Estado (DOE), desta terça-feira (1º), com a lei. https://www.spdo.ms.gov.br/diariodoe/Index/Download/DO10266_01_09_2020

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