TJMS cria ferramenta que acelera a penhora de valores pelo SISBAJUD
Secretaria de Tecnologia da Informação do TJMS criou um “robô” que facilita o lançamento da ordem de bloqueio
| Gabriel Telê Santana


Em muitos processos judiciais é necessário que o magistrado bloqueie dinheiro nas contas bancárias dos devedores, e isso é feito por meio do acesso pela web ao Sistema de Busca de Ativos do Poder Judiciário (SIBAJUD), que é gerido pelo Banco Central e pelo CNJ.
O procedimento em questão era moroso e demandava elevado esforço dos operadores do direito, já que as ordens eram feitas de forma manual e individualizada, sendo que o magistrado ou assessor tinha que entrar no site do SISBAJUD no mínimo em duas ocasiões, e em dias diferentes.
Com a novidade, a atividade não demandará nem cinco minutos do operador. A Secretaria de Tecnologia da Informação do TJMS criou um “robô” que facilita o lançamento da ordem de bloqueio, extrai automaticamente as informações do SISBAJUD no formato PDF e as junta no processo judicial. E mais, permite que as ordens venham a ser lançadas em lotes.
Para a confecção do robô, a TI teve a parceria do Núcleo de Pesquisas Judiciais (NUPEJUD) da Central de Processamento Eletrônico, que é um setor da CPE em que um dos objetivos é justamente pesquisar possíveis melhorias e implementá-las. Nas últimas três semanas, a equipe da CPE apresentou a ferramenta para os magistrados, assessores e analistas.
Após a fase inicial de desenvolvimento, o robô, ou bots (que é efetivamente uma automação robótica de processos para executar tarefas repetitivas anteriormente realizadas por pessoas), passou a ser testado nas varas de execução fiscal. Em um segundo momento, mas ainda em testes, foi expandido para as varas de família de Campo Grande e, então, quando o produto já estava em condições de uso, foi apresentado para todos os Juízos de Campo Grande, na sequência para os de Dourados e região, seguindo-se para todas as varas do Estado.
Segundo a assessora técnica especializada do NUPEJUD da CPE, Karolinne Oliveira, “se a STI é a fabricante do produto, o NUPEJUD da CPE é o responsável pela venda e pós-venda, o que nos gera a obrigação de aclarar o funcionamento para os gabinetes e cartórios”.
Para o juiz Olivar Augusto Coneglian, o robô em questão facilita em muito a utilização do SISBAJUD e afirma que na Vara de Execução Fiscal Municipal do Interior, em que é titular, o sucesso foi tão grande que, nos dois meses de testes, os Procuradores de alguns municípios relataram que a arrecadação municipal subiu. O magistrado, que também é o diretor da CPE, traz que a ferramenta foi pensada para minimizar o tempo das pessoas que trabalham nos gabinetes e nos cartórios em atividades repetitivas, permitindo que o sistema judicial como um todo melhore.
A automação robótica de processos (RPA) é uma realidade e deve ser usada cada dia mais pelo TJMS, tanto que projetos como um robô para o RENAJUD e outro para a busca de endereços já estão em desenvolvimento. Incluindo os testes, já foram lançadas 9.785 ordens utilizando o robô do SISBAJUD em Mato Grosso do Sul, e a tendência é que os números só aumentem.
Veja Também
MS registra mais de 8,9 mil adesões ao novo consignado do FGTS
Mais de 1.700 carteiras de identidade com símbolo do TEA
Hemosul da Capital faz apelo à população por doações de sangue
MP participa de iniciativas de proteção às mulheres e inovação tecnológica
