Geral

Síndrome do dedo podre: relacionamentos tóxicos colocando a vida em risco

Especialistas alertam como padrões inconscientes podem levar mulheres a repetir vínculos abusivos e até perder a esperança de viver

|
Redação
Muitas mulheres passam a acreditar que não são capazes de recomeçar. (Foto: Reprodução)

Setembro é conhecido como o mês de conscientização pela vida, marcado pela campanha Setembro Amarelo, a maior mobilização nacional de prevenção ao suicídio. Embora os debates frequentemente abordem depressão, ansiedade e isolamento, um tema ainda pouco discutido chama a atenção da psicologia: o impacto dos relacionamentos tóxicos na saúde mental feminina.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mulheres em relacionamentos abusivos têm risco até cinco vezes maior de tentativa de suicídio em comparação com aquelas que vivem vínculos saudáveis. É um alerta que reforça a necessidade de olhar para os vínculos afetivos como potenciais gatilhos de sofrimento extremo.

“Quando o amor adoece, pode se tornar um gatilho de morte silenciosa”, resume a psicóloga Danny Silva.

A síndrome do dedo podre – o padrão invisível

Popularmente chamada de “síndrome do dedo podre”, a tendência de sempre escolher parceiros abusivos não é azar, mas consequência de padrões emocionais enraizados.

Segundo Danny Silva, esses vínculos são formados ainda na infância, quando a criança aprende que amor pode estar associado a rejeição, abandono ou dor.

“O sistema emocional busca familiaridade, não segurança. Por isso, mesmo que racionalmente a pessoa diga ‘nunca mais vou me envolver com alguém assim’, o inconsciente a leva para o mesmo padrão — só que em nova embalagem”, explica.

Quando o vínculo se torna ameaça à vida

Os relacionamentos tóxicos corroem a autoestima, geram isolamento e criam a sensação de que não existe saída. Muitas mulheres passam a acreditar que não merecem mais do que aquilo, ou que não são capazes de recomeçar.

Nesses casos, a dor emocional pode ser tão intensa que a ideia de desistir da própria vida surge como um “escape”.

“A prevenção do suicídio também passa por discutir vínculos adoecidos. Muitas mulheres não querem morrer, querem apenas se libertar da prisão emocional em que vivem”, pontua a psicóloga.

Por que é tão difícil romper o ciclo?

O apego a relacionamentos abusivos tem raízes profundas:

Caminhos de reconstrução

A boa notícia é que é possível romper esse ciclo. Danny Silva destaca terapias eficazes para reprogramar vínculos e ressignificar traumas:

Mais do que técnicas, o processo envolve recuperar o amor-próprio e a noção de merecimento emocional.

Esperança e prevenção

Para Danny Silva, o ponto de partida é entender que a vida vale mais do que qualquer vínculo.

“Relacionamento nenhum vale a sua vida. É possível quebrar ciclos e construir vínculos saudáveis, começando pelo amor-próprio”, afirma.

Veja Também

Governo de MS entrega 115 títulos de regularização fundiária a famílias de Jardim

IFMS divulga resultado preliminar da seleção para cursos técnicos integrados

Veja como decorar a casa economizando energia e sem risco de acidentes

APAE da Capital destaca Laboratório pioneiro de Análise de Movimento