Sara, a pequena guerreira, foi 4ª criança a morrer de Covid no MS
Pais compartilham história de angústia e luta após filha de 8 anos morrer de Covid


Entre as vítimas mais novas de todo o período pandêmico em Mato Grosso do Sul está a pequena Sara de apenas 8 anos, moradora de Ribas do Rio Pardo, que morreu no dia 12 de janeiro. A menina fazia parte do grupo de risco, tinha Síndrome de Down e doença neurológica crônica. Segundo a família, não resistiu ao vírus com menos de uma semana de internação no Hospital Regional (HR), em Campo Grande.
Edson Lemos e Gizlene dos Santos, pais de Sara, contaram que a filha desde que nasceu enfrentava idas e vindas do hospital. Acostumada a lutar, ela teve pneumonia que se agravou e deixou sequelas motoras. Apesar das dificuldades, a criança sempre vencia. Até ser contaminada pelo Coronavírus.
“Ela tinha uma saúde frágil, costumava ficar resfriada. Então, de início, achei que fosse uma gripe. Mas depois, ela começou a ficar com os olhos muito inchados e ter diarreia foi quando eu corri para o posto”, conta a mãe. O problema se agravou rapidamente. No dia 7 de janeiro, a criança precisou ser transferida de Ribas do Rio Pardo para o hospital referência no tratamento da Covid em Mato Grosso do Sul, na Capital.
“Quando chegamos ao HR, os médicos já nos conheciam porque ela sempre era atendida lá. A Sara já foi entubada e na terça-feira (12), minha filha morreu”, explica Edson. Assim como quase duas milhões de famílias no mundo que perderam pessoas vítimas da Covid, o casal não pode se despedir.
“Dói muito. Nós estamos sendo fortes, vamos superar porque acreditamos que Deus a levou para que ela não sofresse. Mas é muito triste não poder se despedir de uma filha no caixão, chegar e já ver ela sendo enterrada”.
Enquanto Edson descrevia o momento de dor e angústia sobre a morte da filha, a esposa ouviu com olhar triste e distante. Ela também testou positivo e está em quarentena. “As pessoas precisam levar isso a sério, não é brincadeira. Tem que usar máscara, álcool em gel, se cuidar. Nós estávamos fazendo tudo isso e minha filha pegou porque outros familiares não estavam”, disse Edson na tentativa de conscientizar a população e impedir que novos pais sintam a mesma dor.
Além de Sara, entre as crianças que perderam a vida para doença no Estado, estão um menino, de 5 anos, que morava em Ponta Porã, mas morreu em um hospital de Dourados, em 25 de outubro do ano passado. Sidrolândia registrou óbito de uma menina, de 8 anos, em 24 de outubro; Naviraí de uma menina de 9 anos, em 23 de novembro; Campo Grande e Corumbá de duas adolescentes, de 15 e 18 anos, em outubro e dezembro, respectivamente.
Veja Também
MS intensifica combate à hanseníase com capacitação na Atenção Primária
Caixa começa a pagar Bolsa Família de junho
Governo divulga nota sobre os servidores de MS retidos em Israel
Com origem europeia, festas juninas misturam devoção, comidas e danças
