Santa Casa lança campanha pela doação de leite materno
Entenda o rigoroso processo do controle de qualidade para alimentar os bebês
Com 22 bebês internados na Santa Casa de Campo Grande, a Instituição alerta para a conscientização da importância da doação do leite materno, para que não falte o alimento aos recém-nascidos. O consumo diário varia de seis a oito litros, sendo arrecadada uma média mensal de 150 litros. O ideal é que o estoque esteja com o dobro dessa quantidade.
Atualmente, com 62 doadoras externas, a demanda do hospital é suprida com essa quantidade e com a ajuda de doadoras internas. Porém, tem épocas do ano que há uma queda na produção, como férias escolares e viagens de fim de ano, por isso, é preciso informar que as doações não podem parar.
“As mães da UTI Neonatal geralmente não têm uma produção tão grande a ponto de suprir a demanda do próprio bebê. A maioria do leite que o bebê recebe na UTI, é de doação”, explica Isabela Santana Tozzi, Supervisora do Banco de Leite Humano (BLH) da Santa Casa de Campo Grande, Irmã Maria José Machado.
No dia 28 de fevereiro de 2024, Caroline Paula Cellini, de 40 anos, deu à luz Lucas Filipe Cellini Gomes. Ela conta que o filho ficou 34 dias internado na UTI e há nove foi transferido para a Unidade de Cuidados Intermediários (UCINCO). Nos seus primeiros dias o bebê mamava dois ml a cada três horas. Hoje, com um mês e 13 dias se alimenta de 30 ml. “Quando acontece conosco, a gente se compadece. Vemos tantas crianças nessa situação, nós precisamos ajudar, já que fomos muito ajudados. Por isso, assim que formos para casa serei uma doadora, se for possível”, comenta Caroline ao ressaltar que diariamente frequenta o Banco de Leite do hospital para estimular a produção e aprender as manobras corretas.
Para que Lucas e outros bebês se alimentem e cresçam saudáveis, a Santa Casa conta com a colaboração das mães para que doam o leite. É o caso da Luana Emanueli de Oliveira Raitz, de 30 anos, que desde outubro de 2023 é doadora contínua. “Eu faço doação de leite humano desde que meu bebê era recém-nascido, hoje ele está com quase 7 meses. Na primeira semana doei quatro potinhos, na segunda, seis, depois fomos para sete, oito, até que em uma semana consegui doar 10 potinhos cheios de amor que saía direto do meu peito. Hoje, trabalhando e com a produção mais regulada consigo doar dois potinhos e me sinto muito feliz em pensar que posso nutrir e ajudar”, destaca.
Além do leite coletado das mães internadas, o BLH realiza a coleta externa. Na visita, agendada com antecedência, a mãe recebe todas as orientações necessárias para a higienização correta, retirada e armazenamento do líquido. “Assim que recebemos o leite externo, ele passa pelo processo de pasteurização, que consiste em submeter o leite a uma alta temperatura e depois esfriá-lo rapidamente. Após processado o leite pode ser congelado por até seis meses”, frisa Isabela.
Ainda conforme a supervisora, antes do alimento ser ministrado aos bebês, ele passa por uma análise microbiológica onde são utilizados equipamentos de alta tecnologia. “É um processo bem controlado. Fazemos o cadastro na Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (rBLH-BR). Todos os leites têm lote, número, é tudo muito organizado. Quando recebemos a prescrição médica a gente persona e envaza da forma que o médico pediu e distribuiu”, relata.
O papel do banco de leite é apoiar e incentivar a amamentação. Para ser doadora de leite a mãe precisa estar bem de saúde, apresentar todos os exames do pré-natal e ter leite em excesso, ou seja, sobrar leite após amamentar seu bebê.
Para doar basta ligar para o 3322-4174 ou entrar em contato pelo WhatsApp (67) 98472-5256. Ou se preferir, pode ir pessoalmente ao Banco de Leite da Santa Casa de Campo Grande que funciona 24h.
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