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Sanesul alerta para crise hídrica histórica e pede uso consciente da água na região do Pantanal

A situação é tão preocupante que o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, decretou estado de emergência devido à severa seca na região do Pantanal

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Redação
Ponte sobre o Rio Paraguai na cidade de Corumbá (Imagem: Divulgação)

Preocupada com a atual situação dos mananciais que abastecem o sistema de distribuição de água potável, a diretoria da Sanesul (Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul) reiterou seu alerta às autoridades públicas e à população sobre a urgência de adotar medidas. Diante de uma crise hídrica sem precedentes no Estado, a empresa enfatiza a necessidade do uso consciente da água.

Em fevereiro deste ano, o diretor-presidente da companhia, Renato Marcílio, já havia advertido sobre a iminência da crise e estabeleceu um grupo de trabalho para monitorar a situação em áreas críticas como Corumbá, Ladário, Porto Murtinho, Aquidauana e Anastácio, além de outras localidades.

O grupo de trabalho foi formado com base no boletim extraordinário do SGB, divulgado em 26 de fevereiro de 2024, que projetou um cenário de médio prazo desfavorável para a bacia do Rio Paraguai, indicando chuvas abaixo da média e déficit hídrico significativo. Comparando o atual cenário a anos semelhantes historicamente, há o temor de que 2024 repita a situação de 2020, quando o rio atingiu um nível crítico de 32 cm em Ladário.

Renato Marcílio ressaltou que a captação superficial do Rio Paraguai é a única fonte de abastecimento para municípios como Porto Murtinho, Ladário, Corumbá e Porto Esperança, aumentando a vulnerabilidade em tempos de escassez.

O grupo de trabalho está encarregado de monitorar continuamente os níveis dos mananciais, identificar áreas de risco e implementar ações emergenciais para mitigar os efeitos da crise hídrica. Paralelamente, campanhas de conscientização foram lançadas para incentivar a população a reduzir o consumo e evitar o desperdício de água, enfatizando a importância da preservação dos recursos hídricos.

Para melhorar a eficiência na distribuição e reduzir o desperdício de água tratada, a Sanesul implementou diversas medidas, incluindo o combate às perdas no sistema de distribuição, especialmente em Corumbá, através de gerenciamento de pressões na rede, controle de vazamentos não visíveis e investimentos em infraestrutura.

O engenheiro Elthon Santos Teixeira, gerente de Desenvolvimento Operacional da Sanesul, explicou que a empresa realiza monitoramento contínuo dos rios de captação e, desde o início do ano, identificou sinais de uma possível seca histórica em 2024.

Segundo o diretor Comercial e de Operações, Madson Valente, o desperdício e o consumo excessivo podem agravar a crise hídrica, comprometendo a disponibilidade de água para todos. Ele enfatizou a importância da colaboração de cada cidadão na preservação dos recursos hídricos e na sustentabilidade do abastecimento de água potável.

A situação é tão preocupante que o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, decretou estado de emergência devido à severa seca na região do Pantanal, que também enfrenta incêndios devastadores. A nota técnica do LASA-UFRJ destaca que mais de 661 mil hectares do Pantanal já foram consumidos pelo fogo este ano, exacerbando ainda mais a escassez de água na área.

Diante das previsões meteorológicas desfavoráveis, que indicam um período prolongado de seca e temperaturas acima da média, a crise hídrica pode se agravar, destacando a urgência de ações preventivas e de conscientização para garantir a sustentabilidade do abastecimento de água em Mato Grosso do Sul.

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