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Rumo à liberdade, Felícia é habilidosa artesã

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Redação

Felícia Aquino, de 39 anos, olha satisfeita para os trabalhos de crochê, costura e bordado feitos por ela para a 10ª Feira do Artesão Livre que segue até esta sexta-feira, 10 de Maio, no Fórum de Campo Grande. Ela é interna do regime aberto e está entre os 200 reeducandos que fizeram artesanato para comercializar nesta edição do evento, voltada para o Dia das Mães.

Presa por tráfico com pena de 14 anos, Felícia  já cumpriu 12 anos da sua condenação. Além de colaborar na exposição, ela trabalha em umas das 185 empresas conveniadas a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen). Ela acredita que as oportunidades oferecidas aos internos demonstram que eles têm importância na sociedade.

“Pra mim a feira é foi muito importante, além de divulgar nosso serviço é uma oportunidade para mostramos do que somos capazes. Ocupamos o nosso tempo também ganhamos nosso sustento lá dentro”, afirma Felícia.

A interna ressalta a importância da população prestigiar o evento. “Eu gostaria todos pudessem ajudar na feira, comprando algo e divulgando. Isso vai nos ajudar indiretamente, porque através das vendas aqui muita gente vai acabar ganhando um sustento e a nossa autoestima melhora muito”, disse Felícia.

A feira foi criada em 2014 em parceria da Agepen, Poder Judiciário, Ministério Público e Conselho da Comunidade da capital. Todo o dinheiro arrecadado na venda dos produtos artesanais é revertido ao reeducando e à família.

Quem esteve presente prestigiando o evento foi a promotora de Campo Grande Renata Goya que enfatizou o interesse do Ministério Público em participar de atividades ressocializadoras. “O Ministério Publico é considerado pela legislação um órgão de execução. Então, nós participamos ativamente do sistema prisional do Estado de Mato Grosso do Sul. Não somente nas manifestações jurídicas, mas na execução das atividades realmente ressocializadoras”, relata a promotora.

A chefe de divisão do trabalho prisional Elaine Alencar explica que a feira é realizada graças a parcerias e aos servidores penitenciários. “Muitas pessoas esquecem que quem está preso também é um ser humano, então juntamente com os servidores penitenciários fazemos esse trabalho para ajudar os internos, auxiliando eles depois que saírem ter um contato com a sociedade, ter acesso a educação e ao trabalho”, disse Elaine.

Serviço - A 10ª Feira do Artesão Livre está sendo realizada no Fórum de Campo Grande, com entrada pela Rua da Paz, e segue até sexta-feira, 10 de Maio, das 12h às 18h.

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