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Réus pela morte de Sophia ficam em silêncio durante audiência

Christian Campocano Leitheim e Stephanie de Jesus da Silva, padrasto e mãe, não responderam perguntas

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Marina Romualdo
Christian Campocano Leitheim e Stephanie de Jesus da Silva durante audiência (Foto: Luiz Alberto)

Réus pela pela morte da menina Sophia de Jesus Ocampo, de 2 anos e 7 meses, o padrasto, Christian Campocano Leitheim, de 25 anos e a mãe, Stephanie de Jesus da Silva, de 24, ficaram em silêncio na última audiência de instrução do processo penal realizada no Fórum de Campo Grande (MS) nesta quinta-feira, dia 28 de Setembro. Além do casal, também prestou depoimento uma testemunha de defesa.

"Eu queria muito responder as perguntas, porque é muito difícil. Me dói muito isso para esclarecer a verdade. Mas, por pedido da minha defesa, vou me manter em silêncio", declarou Stephanie. "Por orientação da minha defesa vou me permanecer em silêncio", disse Christian Campocano após o questionamento do juiz Aluízo Dos Santos Pereira, da  2° Vara do Tribunal do Júri.

Os dois respondem pelo crime presos preventivamente no sistema penal do Estado. Já a testemunha Josias Regis da Silva Junior informou que que nunca viu Sophia machucada. Porém, lamentou o estado emocional da criança. "A Sophia sempre vivia triste. Ela parecia quieta e ficava no cantinho dela", observou.

Réus chegando para audiência (Foto: Luiz Alberto)

"Ela estava de boa com roupa de frio, bem arrumada. Como eu vi poucas coisas, eu percebia que falta um pouco de carinho e afeto por causa da mãe. Mas, que ela era bem tristinha, ela era (...) Os dois eram super alegres e ficavam conversando comigo. Não pareciam tristes e parecia um casal apaixonada que brincava um com outro", acrescentou.

Segundo ele, o casal Christian e Stephanie bebia, mas nunca viu drogas com eles. "O que eu via era Narguile nas redes sociais", complementou.

O pai da menina Jean Carlos Ocampo compareceu à audiência para assistir aos depoimentos. Durante entrevista à imprensa, ele disse esperar “que justiça seja feita”.

Finalizada a fase de audiências, o processo segue agora para as alegações finais. Em breve, o juiz poderá anunciar a data para o júri popular, embora a defesa acredite na possibilidade de uma nova sessão para ouvir os dois réus.

 (Foto: Luiz Alberto)

Morte brutal - Na tarde do dia 26 de Janeiro, a mãe da pequena a levou já morta à UPA Coronel Antonino na Capital. A criança tinha várias lesões pelo corpo e as partes íntimas pareciam excessivamente dilatadas. A suspeita de estupro foi confirmada.

Ao ser informada sobre o óbito, a mãe não teria esboçado surpresa ou remorso, segundo descreve o registro policial. A Polícia Civil afirma que as investigações apontam que o padrasto teria orientado a genitora a dizer que a criança “caiu do playground [parquinho]”.

O laudo de necrópsia confirmou que a Sophia foi morreu em decorrência de um traumatismo raquimedular, isto é, lesão na coluna vertebral. Foi constatado que a criança também foi estuprada, porém, “não recente”. Além disso, a bebê foi morta entre 9h e 10h, mas só foi levada para unidade de saúde às 17h.

(Foto: Reprodução)

Com todas as constatações, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) denunciou Stephanie e Christian por homicídio triplamente qualificado e estupro de vulnerável. Além do homicídio, Stephanie foi denunciada pela omissão de socorro da menina.

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