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Réu acusado da morte de Danilo César vai a juri popular hoje

Laudo pericial constatou que a causa da morte de Danilo foi traumatismo craniano incefálico

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Ian Netto
Railson é acusado pelo crime de homicidio (Imagem: Luciano Muta)

Acontece hoje o julgamento de Railson de Melo Ponte, acusado pela morte de Danilo César, de 29 anos. O crime completou um ano no dia 5 de março, data em que Danilo foi morto em um terreno baldio no bairro Amambaí.

Sentado no banco dos réus, Railson de Melo responde pelo crime de homicídio, por motivo torpe, com os agravantes de meio cruel e furto.

Entre as testemunhas, a mãe da vítima, Maria Lúcia de Jesus, foi a primeira a prestar depoimento. Em juízo, ela alega que o filho, no dia do ocorrido, saiu para encontrar os amigos e desapareceu.

"Ele saiu de casa dizendo que iria encontrar os amigos e foi. Comecei a achar estranho quando uma amiga dele me mandou mensagem perguntando se ele estava em casa. Foi quando fiquei preocupada e começamos a procurá-lo", contou Maria Lúcia.

Maria Lúcia de Jesus, mãe da vitima, também prestou depoimento (Imagem: Luciano Muta)

Ela ainda afirma que o filho estava cursando mestrado em antropologia e tinha ambições na carreira acadêmica.

"Meu filho queria fazer doutorado, ele tinha planos para o futuro", relatou a mãe da vítima.

O segundo a prestar depoimento foi o Delegado José Roberto, da Delegacia de Homicídio, que acompanhou o caso e relatou em júri como tudo aconteceu. Foram necessários três dias de investigação para localizarem o corpo de Danilo e o suspeito de cometer o assassinato.

Delegado Jose Roberto, da delegacia de Homicidios, responsável pelo caso (Imagem: Luciano Muta)

O delegado conta que Railson foi localizado em frente à Igreja do Perpétuo Socorro, cuidando de carros. Quando questionado sobre o paradeiro de Danilo, Railson informou que teria dado um mata-leão na vítima e a deixado desacordada em um terreno abandonado. A polícia se deslocou juntamente com o suspeito, que informou onde o corpo de Danilo estava.

O corpo foi encontrado três dias depois do crime, em um terreno abandonado no bairro Amambaí. Danilo foi localizado com as calças abaixadas em posição fetal, com o rosto de lado. O laudo pericial afirmou que a causa da morte teria sido um traumatismo craniano encefálico, causado por um objeto contundente.

Em depoimento, o delegado afirmou ainda que a motivação do crime teria sido pela não aceitação de Railson após o ato sexual. Ele afirma que o acusado nega que a relação sexual tenha acontecido, mesmo com provas contundentes que constatam a conjunção carnal.

O último a prestar depoimento foi o réu Railson de Melo Ponte, que nega ter matado Danilo. Em seu depoimento, ele afirma que apenas ajudou a vítima a comprar drogas e que no local onde o corpo foi encontrado havia outros usuários. Railson teria deixado Danilo com outro morador no terreno baldio consumindo drogas, e saiu para buscar mais entorpecentes. Questionado sobre a relação sexual, ele nega que isso tenha acontecido e afirma que, quando saiu do terreno, Danilo ainda estava vivo. As câmeras de segurança da vizinhança registraram o momento exato em que Railson chegou ao terreno baldio com Danilo, mas ao sair do local, estava sozinho.

Em seu depoimento, ele afirma que não teria matado Danilo.

"Eu jamais tiraria a vida do guri", afirma Railson.

Ele acusa a polícia de tê-lo torturado e desmente a versão dos fatos contada em seu primeiro depoimento. Railson conta que precisou forjar seu depoimento, pois estava sendo ameaçado por policiais, que diziam que o matariam e o levariam para o "inferno".

Railson responde por outra acusação de homicídio no nordeste, além das acusações de assalto, diversas passagens por porte de drogas e porte ilegal de armas.

A sentença deve sair na parte da tarde. Amigos e familiares da vítima acompanham o júri e aguardam a decisão do magistrado.

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