Retrospectiva 2024: Operação revela corrupção no futebol de MS
Cartão Vermelho, do Gaeco, desmantelou esquema criminoso envolvendo presidente da Federação e outros 15 servidores
Sob o mesmo comando a mais de duas décadas, o futebol sul-mato-grossense se alimentava de baixos investimentos e um sonho de um dia poder voltar a ter estrelismo nacional, administrada por Francisco Cezário, a Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS) mantinha boa parceria com os clubes do Estado porém, retinha diversos mistérios e sumiços ligados ao seu Presidente.
Operação Cartão Vermelho - Deflagrada em meados de Maio, a investigação liderada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) revelou um esquema milionário de corrupção envolvendo o presidente da FFMS e outros 15 servidores. Segundo o Gaeco, mais de R$ 6 milhões foram desviados dos cofres da Federação por meio de fraudes, saques irregulares e contratos superfaturados. O caso expõe uma rede de irregularidades que impactou diretamente o desenvolvimento do esporte no Estado.
Após 20 meses de investigação, foi identificado um esquema criminoso na Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS), voltado ao desvio de recursos públicos e privados. A organização realizava saques bancários frequentes, limitados a R$ 5.000,00 para evitar fiscalização, acumulando mais de R$ 3 milhões em 1.200 transações.
Entre os detidos estavam Francisco Cezário de Oliveira, Presidente da FFMS há mais de duas décadas, Aparecido Alves Pereira, delegado de jogos, Rudson Bogarim Barbosa, diretor da entidade, Marcelo Mitsuo Ezoe Pereira, Francisco Carlos Pereira, Umberto Alves Pereira e Valdir Alves Pereira. Além disso, empresas e organizações, como o Sindicato dos Árbitros Profissionais de Mato Grosso do Sul (Sindarbitros) e a Invictus Sports, foram alvos das investigações, que revelaram desvios milionários nos cofres da federação.
Além disso, o grupo desviava recursos através de fraudes em diárias de hotéis e contratos superfaturados. Parte dos valores pagos a fornecedores era devolvida aos integrantes do esquema, que se beneficiavam de forma ilícita dos repasses do Estado e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
Francisco Cezário, principal alvo da Operação Cartão Vermelho, foi preso em sua residência, mas posteriormente obteve habeas corpus com imposição de medidas cautelares, incluindo a proibição de exercer funções na Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS). No entanto, ele descumpriu a determinação ao realizar reuniões com dirigentes esportivos em sua casa, antes de assembleias gerais da FFMS, nos dias 5 de junho e 6 de agosto. Diante da violação, o juiz Márcio Alexandre Wust determinou busca e apreensão em sua residência e revogou o benefício concedido anteriormente. Com a decisão, a posse da presidência interina da Federação ficou a cargo de Estevão Petrallas, vice de Cezário.
Nova Gestão - Nos primeiros dias de sua gestão, Estevão Petrallás enfrentou duras críticas de dirigentes de clubes e figuras influentes do futebol sul-mato-grossense. O grupo chegou a organizar uma reunião clandestina para disseminar desinformações sobre o novo presidente, numa tentativa de desestabilizar seu comando. Mesmo sob pressão e desaprovação de grande parte do meio futebolístico de Mato Grosso do Sul, Petrallas foi confirmado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) como presidente definitivo da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS) até Abril de 2025, após 90 dias como interino.
Em meio às desconfianças, Petrallas declarou não ter envolvimento nem conhecimento sobre o esquema de corrupção que abalou a Federação e prometeu uma reformulação imediata na entidade. Com propostas claras desde sua chegada, o novo presidente busca reconstruir a confiança no futebol do Estado e dar início a uma nova era na FFMS.
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