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Prédio mais alto de MS foi projetado para economizar água

Tecnologia é usada para controlar o uso do precioso líquido em edifício de alto padrão

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Valdelice Bonifácio
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Bruno Viana, gerente de incorporação da HVM (Foto: Luiz Alberto)

Na Travessa Ana Vani, na região central de Campo Grande, está o maior arranha-céu de Mato Grosso do Sul. O Edifício Vertigo  Premium Studios tem 139,2 metros de altura, erguidos em bela arquitetura. Contudo, uma importante característica não está aparente, mas é vital: a economia de água. O prédio foi projetado para gastar menos que os empreendimentos convencionais. Uma relevante ajuda neste sentido é a tecnologia usada para controlar o consumo.

A reportagem do Diário Digital fez um tour guiado pelo edifício considerado luxuoso, com vista privilegiada da cidade, mas que enche os olhos também pelas práticas sustentáveis. O empreendimento foi o primeiro de MS a receber o selo AQUA-HQE, emitido pela Fundação Vanzolini, que atesta 14 categorias de Qualidade Ambiental, dentre as quais redução do consumo de água, energia, CO2 e matérias-primas nas edificações.

Empreendimento tem 35 andares e 240 apartamentos de alto padrão (Foto: Divulgação)

Entregue em 2020, o empreendimento tem 35 andares e 240 apartamentos de alto padrão, no modelo studio (edificação compacta com ambientes integrados e poucas divisórias), sendo que na cobertura ficam as quatro penthouses. Cerca de 70% dos apartamentos estão ocupados, o que representa 190 pessoas morando no local atualmente. Todas as unidades foram vendidas, a maioria ainda na planta.

O paisagismo das áreas comuns encanta logo no início da visita. A flora do Cerrado está devidamente destacada e, vê-se, muito bem hidratada. Contudo, a água sequer aparece. Os tubos estão enterrados e o líquido vai direto na raiz das plantas sob o comando de um sistema automatizado. Sensores controlam o fornecimento de água apenas com a quantidade necessária de acordo com cada espécie.

 

Flora é destaque nas áreas comuns (Foto: Luiz Alberto)

Parte do líquido utilizado vem do reservatório que armazena a água pluvial para reutilização. Quando a água da chuva cai sobre o empreendimento é captada, armazenada num reservatório que tem uma estação de tratamento própria.

 "Depois essa água é liberada para uso nas áreas comuns, seja para limpeza, manutenção e até para irrigação. É tudo controlado por bombas e sensores", detalha Bruno Viana, gerente de incorporação da HVM, que construiu o elegante prédio residencial.

Reservatório suportaria 13 horas de chuvas intensas captando toda a água (Foto: Luiz Alberto)

O reservatório tem capacidade para 112 metros cúbicos. Ele suportaria 13 horas de chuvas intensas captando toda a água e disponibilizando para o uso posterior nas torneiras específicas de limpeza no térreo e subsolo, além da irrigação.

O sistema de irrigação é programado com base em um cruzamento de informações para que cada espécie de planta receba exatamente a quantidade de água que precisa. Tanto cuidado no requisito consumo de água fez com que o empreendimento alcançasse uma importante marca, constatada após estudos onde foi comparado a uma construção comum, que não tem essas iniciativas.

Por meio de sistema automatizado, cada planta recebe exatamente a quantidade de água que precisa (Foto: Luiz Alberto)

"O resultado mostrou um consumo 20% menor em relação a esses empreendimentos comuns", valoriza Bruno. Mas, para chegar a tal resultado, foi preciso focar na gestão de água desde a concepção inicial do prédio e em detalhes.

As louças e metais dos apartamentos, por exemplo, foram escolhidos com pensamento voltado para a vazão, de modo a impedir uso irracional da água. É claro que o conforto foi levado em conta no planejamento da construção, mas também foram adotadas medidas para impedir que os moradores gastem o líquido de forma exagerada, isso sem deixar sensação de racionamento.

 Louças e metais dos apartamentos foram escolhidas para impedir uso irracional da água (Foto: Luiz Alberto)

"O sistema hidráulico do empreendimento foi concebido de maneira que você tenha uma pressão de água confortável nos apartamentos mas sem que ela seja extremamente elevada. A norma permite uma pressão bastante considerável mas o AQUA pede pra que isso seja revisto, com um estudo que otimize essa utilização, o que acaba gerando economia também", explica Bruno.

Dentro dos apartamentos, as torneiras têm arejadores, peça acoplada nas torneiras, que misturam ar no jato, fazendo com que o morador sinta um volume maior saindo da torneira. Uma torneira comum utiliza de 14 a 25 litros de água por minuto, enquanto uma com arejador utiliza de 6 a 10 litros por minuto. No banheiro, o vaso sanitário tem dois botões para descarga de três ou seis litros.

(Foto: Luiz Alberto)

Muito protegida no projeto de sustentabilidade do Vertigo, a água é também o item que proporciona um dos maiores deleites para a visão no prédio. A piscina de borda infinita no 20º andar está diante da paisagem deslumbrante da Capital. No mesmo andar, é possível desfrutar também de uma piscina de água aquecida, em ambiente coberto.

Piscina de borda infinita no 20º andar está diante da paisagem deslumbrante da Capital (Foto: Luiz Alberto)

Energia elétrica - O consumo de energia elétrica também é reduzido. O Vertigo tem dois sistemas solares. Placas solares aquecem a água dos chuveiros e reduzem o consumo de energia nas áreas comuns. 

"Ele (sistema) gera energia que abate a conta da energia elétrica da área comum, ou seja, isso resulta num condomínio mais sustentável e em conta para todo mundo", ressalta Bruno.

As áreas comuns, aliás, têm predominância de luminárias de led. Além disso, as janelas amplas fazem com que a luz natural seja abundante no edifício. 

Áreas comuns têm predomínio de luzes de led e iluminação natural (Foto: Luiz Alberto)

"O projeto foi todo pensado em relação ao seu posicionamento (entrada de luz); aberturas das janelas, pé direito, cores das fachadas e espessuras de vidro. Tudo para contribuir para um confronto térmico (com o menor uso de ar condicionado) e luminosidade (diminuindo o consumo de energia)", detalha Joicelaine Santos, responsável pela área de Qualidade da HVM.

Ela revela ainda que o prédio foi totalmente projetado com uso constante de  simulações através de softwares que deram orientações quanto aos melhores materiais a serem utilizados no empreendimento, levando em conta conforto e sustentabilidade.

Torneira na cor lilás indica água do reservatório destinada ao uso nas áreas comuns (Foto: Luiz Alberto)

Selo AQUA-HQE -   Como o nome dá a entender, o Selo AQUA é uma certificação internacional da construção de Alta Qualidade Ambiental, desenvolvida a partir do órgão francês Démarche HQE - abreviatura que complementa o nome -, e aplicada no Brasil pela Fundação Vanzolini. Ela conta com aproximadamente 380 mil projetos avaliados em mais de 20 anos, e acontece em três fases diferentes: Pré-projeto, Projeto e Construção.

A obtenção do AQUA se dá por um desempenho mínimo em 14 categorias, e dentre elas, a empresa possui itens referentes à obra e gestão de resíduos, por exemplo. Iitens referentes ao local do empreendimento, que é o entorno, o conforto ambiental, e tem também relacionado ao próprio empreendimento, como economia de energia e de água, desempenho acústico, enfim, todas compõem as três fases do projeto.

Bruno Viana explica que Selo AQUA foi grande conquista (Foto: Luiz Alberto)

O Vertigo obteve as três fases da certificação, tornando-se o primeiro empreendimento do Estado a receber esse Selo. Agora, a HVM trabalha para obter a mesma conquista para outros dois empreendimentos em fase de edificação em Campo Grande, o Três Meia Zero, que  já conseguiu  a primeira e a segunda fase da certificação, caminhando agora para a terceira; e o DOM Jardim dos Estados, que por estar nas etapas iniciais, recém iniciou o processo para a certificação.

Serviço - Mais informações sobre o empreendimento podem ser obtidas com o gerente comercial da HVM Incorporadora, Fabrício Candia, (67) 9858-0996.

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