Polícia colhe material genético de estupradores, homicidas e feminicidas
Perfis serão inseridos no Banco de Perfis Genéticos que ajuda na identificação de criminosos

Amostras biológicas de pessoas privadas de liberdade com sentença condenatória foram coletadas em presídios de Corumbá (MS) pela Polícia Científica de Mato Grosso do Sul ( PCiMS), em um trabalho realizado em parceria com a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen). A coleta foi feita nos Estabelecimentos Penais Masculino e Feminino de Corumbá, incluindo o Estabelecimento Penal Feminino “Carlos Alberto Jonas Giordano”.
Os perfis de 300 presidiários serão inseridos no BNPG (Banco Nacional de Perfis Genéticos), ferramenta estratégica que auxilia na identificação de autores de crimes sem solução. A ação contemplou indivíduos sentenciados por crimes hediondos, como homicídio, estupro, feminicídio e roubo com violência.
Para o coordenador-geral de Perícias da PCiMS, José de Anchieta Souza Silva, a iniciativa reforça o papel da ciência forense no combate à criminalidade. “A inserção de dados genéticos transforma o trabalho pericial em uma ferramenta ainda mais efetiva para a responsabilização penal. É um exemplo claro de como a tecnologia, aliada à atuação técnica e coordenada, pode acelerar respostas e ampliar o alcance das investigações em todo o país”, avalia.
A operação mobilizou 18 servidores da PCiMS: 13 peritos criminais, 2 peritos papiloscopistas e 3 agentes de polícia científica. A equipe do IALF (Instituto de Análises Laboratoriais Forenses), da capital, foi reforçada por profissionais da URPI (Unidade Regional de Perícia e Identificação de Corumbá), que atuaram conjuntamente nas coletas. A execução nas unidades penais contou com o apoio de 14 policiais penais, que garantiram todo suporte logístico e segurança durante os trabalhos.
Segundo a diretora do IALF, perita criminal Josemirtes Fonseca Prado da Silva, o uso do perfil genético tem se mostrado decisivo na identificação de autoria. “Essas informações, tratadas com rigor técnico e sigilo, permitem identificar autores, excluir inocentes e conectar casos entre diferentes regiões do Brasil. Ao expandir o banco de dados, aumentamos significativamente a capacidade de resposta da perícia”, explica.
A iniciativa está amparada pela Lei Federal nº 12.654/2012, que determina a coleta obrigatória de DNA de pessoas condenadas por crimes violentos ou hediondos. O cruzamento dos perfis com vestígios coletados em locais de crime tem proporcionado avanços importantes na resolução de casos e fortalecido a atuação da Justiça.
Para o diretor-presidente da Agepen, Rodrigo Rossi Maiorchini, a cooperação entre as instituições tem sido fundamental. “Estamos falando de uma medida que não apenas cumpre uma exigência legal, mas que também representa um avanço no combate à impunidade. Essa parceria fortalece o sistema prisional como parte integrante da engrenagem da segurança pública”, afirma.
Mato Grosso do Sul integra a RIBPG (Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos), coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, e está entre os estados com maior número proporcional de perfis inseridos. A atuação contínua da PCiMS, em parceria com a Agepen, reafirma o compromisso com a promoção da verdade, da justiça e da segurança da sociedade.
(Fonte: Agepen e PCi-MS)
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