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Pintora de casas e comércios enfrenta preconceitos para conquistar seu espaço

Dayana começou na profissão por necessidade e hoje ama o que faz

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Isabela Duarte
(Foto: Luiz Alberto)

Dayana Cinara dos Santos Pires, de 35 anos, realiza reparos gerais e é pintora. Com a primeira mulher da família no ramo, ela enfrenta os desafios de empreender em um espaço visto como masculino e ensina a não desistir, realizando sempre o seu melhor. 

Ela começou na área como ajudante de pintor, com 24 anos, por necessidade, falta de opção na época, já que estava desempregada. Depois fez cursos e especializações e após um ano já estava empreendendo por conta própria.

“Depois de um tempo gostei e falei 'é isso que eu quero'. Desde então faço cursos, sempre me especializando na área e estou aí até hoje”, conta.

(Foto: Luiz Alberto)

Dayana acredita que aos poucos o mercado está aceitando mais e as mulheres também rompendo barreiras. Ela realiza ainda serviços que, normalmente, são chamados de "marido de aluguel", ou seja, reparos gerais, e está conquistando clientes.

“Tem clientes que até agradecem porque somos mais caprichosas, não fazemos aquela bagunça e aos poucos está indo”, afirma.

Preconceitos - Em Campo Grande, são mais de 30 mulheres pintoras, mas ainda os serviços não são tão  divulgados. Ela e diversas colegas da área compartilham experiências em um grupo de celular, que abrange também azulejistas e pedreiras. Estão sempre se reunindo, fazendo cursos.

“Nesse mercado da área da construção civil há preconceito ainda com as mulheres, então a dificuldade é essa, é muito machismo mesmo. Todo mundo fala 'nossa uma mulher pintando', essa é a dificuldade por ser uma área masculina”, revela a empreendedora.

A pintora enfrenta esses preconceitos da sociedade em perguntas que recebe e serviços que duvidam de sua capacidade por ser mulher.

"'Você é pintora? Mas também passa massa corrida?', 'Mas, você sobe em andaime?', coisas que normalmente, quando é um homem que vai fazer o orçamento, ninguém pergunta", afirma.

"Já tive casos que fui fazer um orçamento e a parede tinha 12 metros de altura. Aí me perguntaram se não era muito 'pesado' pra mim, falei que não, que também tinha uma equipe e tudo, estava acostumada. Por fim, não fechamos negócio, porque o cliente ficava toda hora perguntando se eu ia subir mesmo no andaime", conta Dayana. 

(Foto: Luiz Alberto)

Diferenciais - A pintora também notou que mulheres solteiras e mães "solo" estão optando mais por serviços realizados por mulheres, já que confiam na hora de colocar dentro de casa e oferecem mais segurança.

"Tenho clientes que são minhas clientes justamente por isso, que podem sair de casa e tem mais confiança em deixar a casa, até com os filhos dentro. Ainda mais hoje, com tanta desconfiança que estamos vivendo, há mais confiança em nós por sermos mulheres".

Na área da pintura sempre há novidades, efeitos e técnicas novas. É uma dica de Dayana sempre estar se especializando e atualizando, como em qualquer profissão.

“Não tenha medo. No começo é difícil dar os primeiros passos, mas procure sempre dar o seu melhor, como se tudo que for fazer estivesse fazendo por você. Vai indo até conseguir e vencer”, incentiva a empreendedora.

(Foto: Divulgação/ Arquivo Pessoal)

Dificuldades - Durante a pandemia, ela conseguiu administrar bem o negócio, sempre com trabalhos e tomando todos os cuidados. Dayana conta que várias vezes parava a pintura pois o cliente estava com Covid-19, e depois retornava para concluí-la.

Para ela, o melhor é ter reconhecimento pelo trabalho e contar com o apoio dos clientes.

"O que eu mais tenho orgulho de falar em todos esses anos de profissão é que não me falta serviço e tudo por indicação de um cliente para o outro. Na pandemia não fiquei parada, estou com agenda lotada até o próximo mês e só pela indicação", afirma Dayana, que tem segurança em seu trabalho de qualidade.

(Foto: Divulgação/ Arquivo Pessoal)

Contato - Para quem desejar conhecer mais o trabalho de Dayana e realizar orçamentos, pode entrar em contato pelo telefone (67) 8439-1342. 

Mulheres no Empreendedorismo - Esta matéria faz parte de um projeto voltado ao empreendedorismo feminino. O Diário Digital irá trazer ainda as histórias de mais duas mulheres que se realizaram profissionalmente fazendo seu próprio negócio. 

Manicure a domicílio e cabeleireira, Maiara Alexandre, de 29 anos, começou na profissão ainda adolescente, após realizar um curso gratuito. Hoje, ela concilia os atendimentos com a maternidade e os desafios de empreender na estética.

Proprietária da loja de roupas e sapatos, Mirian Calçados, Mirian Sotolani, de 45 anos, começou suas vendas em um quartinho da casa e hoje se tornou uma referência de mercado e atendimento de qualidade.

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